COLUNISTAS
 »
   
DESVENDANDO A TECNOLOGIA
Cláudio Boghi é administrador de empresas, analista de sistemas e possui MBA em Tecnologia Educacional. É mestre em administração de empresas e em ciência da tecnologia pela USP. Atua como consultor há mais de 27 anos em tecnologia da informação e em gestão socioambiental.
 
 
postado em 09/09/2019 14h58

O Poder dos Jovens da Geração Z na Ponta dos Dedos


(Foto: Pexels)

Recentemente, conversando com um jovem por volta dos seus 18 anos, perguntei-lhe se ele tinha o desejo de guiar um carro do tipo Mercedes, BMW, Volvo, Tesla, ou até mesmo, de outra marca. Para a minha surpresa, a resposta foi, não!

Ao indagá-lo sobre sua resposta, disse-me que era muito mais prático usar um aplicativo de transporte como Uber, 99, Cabify, entre outros, pois seu tempo era mais importante do que ficar guiando, gastando dinheiro com a habilitação ou se estressando no trânsito. Então, pensei  que quando eu tivesse essa idade, minha ansiedade para ter, o quanto antes, a carteira de habilitação e guiar um automóvel, “mundo afora” seria algo sensacional. Nisso, continuei a refletir sobre esta geração Z (nascidos a partir de 2001) que tem o ‘mundo’ na ponta dos dedos.  

Se analisarmos os jovens atualmente, a maioria compra por apps (aplicativos) roupas, comidas, viagens, ingressos, games, acessórios, entre outras coisas, e tudo “na ponta dos dedos”, a partir do seu smartphone.
O século XXI trouxe muitas inovações por meio dos smartphone e dos aplicativos, facilitando muito a vida de todos. Porém, os jovens parecem estar hipnotizados por essa tecnologia, a ponto de se tornarem reféns dela, assemelhando-se a robôs.

E neste contexto, é preciso refletir e sair da condição de pensar basicamente em si mesmo. Apesar de ter o “mundo” na ponta dos dedos, é necessário interagir mais com o mundo fisicamente, procurando conhecer outras culturas, gastronomias, esportes, entre outros, pois afinal, estamos num mundo material e, não apenas virtual.

Embora, nossa vida tenha ficado mais prática com tanta tecnologia, é importante receber a energia da natureza, divertir-se em grupo fora do mundo virtual, colocar a mão na terra, mergulhar num lago ou no mar, e com as pontas dos dedos, de vez em quando, ao invés de tocar a tela do smartphone, tocar uma obra de arte, uma flor, acariciar um animal, ou até mesmo, uma pessoa que precisa de um pouco de atenção. Ou seja, vivenciar a experiencia de cumprimentar mais, sorrir mais ou abraçar mais as pessoas na prática, trará muito mais emoção e alegria do que enviar ícones como smile, emoji, entre outros pela ponta dos dedos.

Sim, pela ponta dos dedos é possível fazer muitas coisas, mas, com as mãos é possível realizar muito mais e fazer a diferença em nosso mundo material tanto quanto no mundo virtual. Interagir com estes dois mundos nos fará mais completos com uma autoestima mais elevada.

Até a próxima!

 

Comentários