COLUNISTAS
 »
   
DESVENDANDO A TECNOLOGIA
Cláudio Boghi é administrador de empresas, analista de sistemas e possui MBA em Tecnologia Educacional. É mestre em administração de empresas e em ciência da tecnologia pela USP. Atua como consultor há mais de 27 anos em tecnologia da informação e em gestão socioambiental.
 
 
postado em 06/11/2023 11h28

No-code e Low-code: Democratizando o Desenvolvimento de Software


(Foto:Freepik)

"No-code" e "low-code" são termos usados na área de tecnologia da informação para descrever abordagens de desenvolvimento de software que visam simplificar ou acelerar o processo de criação de aplicativos e sistemas sem a necessidade de codificação manual extensiva. Ambas as abordagens têm como objetivo tornar o desenvolvimento de software mais acessível a pessoas com menos experiência em programação e acelerar o desenvolvimento de aplicativos.

Em um cenário tecnológico em constante evolução, novas abordagens emergem para resolver desafios antigos. Uma das transformações mais notáveis recentemente é a ascensão das plataformas No-code e Low-code.  Ambas têm o potencial de redefinir como vemos o desenvolvimento de software e quem está capacitado para criar soluções digitais.

Para Mariane Lousada, aluna do curso de Gestão da Tecnologia da Informação da Universidade Paulista, a ideia central por trás do No-code é simples, mas revolucionária: permitir que pessoas, independentemente de sua formação técnica, criem aplicações funcionais sem escrever uma única linha de código. Estas plataformas, alimentadas por interfaces gráficas intuitivas, oferecem uma variedade de ferramentas e componentes que os usuários podem simplesmente arrastar e soltar para criar desde sites até sistemas empresariais. O poder dessa abordagem reside em sua simplicidade e na velocidade com que soluções podem ser prototipadas e implementadas.
 
Por outro lado, temos as plataformas Low-code. Enquanto compartilham do mesmo ethos do No-code – facilitar e acelerar o desenvolvimento – elas vão um passo além. Além de oferecer ferramentas de construção visual, elas permitem a inserção de código personalizado. Assim, enquanto um usuário pode criar a maior parte de uma aplicação usando ferramentas visuais, eles também têm a liberdade de adicionar trechos de código conforme necessário para funções mais complexas ou específicas. 

O impacto potencial dessas plataformas no mundo dos negócios e da tecnologia é profundo. Primeiro, há o claro benefício da agilidade. Em um ambiente empresarial onde a capacidade de se adaptar e inovar rapidamente pode ser o diferencial entre sucesso e falha, o desenvolvimento acelerado é inestimável. Soluções que anteriormente levariam meses para serem desenvolvidas e testadas podem agora ser lançadas em semanas ou até dias.

A democratização do desenvolvimento também significa uma diversidade maior de ideias e soluções. Ao tornar o desenvolvimento acessível a uma variedade mais ampla de pessoas – desde profissionais de marketing até especialistas em RH – as empresas podem se beneficiar de perspectivas e soluções que talvez nunca fossem consideradas em um modelo tradicional de desenvolvimento.

No entanto, assim como qualquer inovação, o No-code e Low-code têm seus desafios. Algumas empresas expressam preocupações sobre a segurança de aplicações desenvolvidas nestas plataformas, enquanto outras questionam sua escalabilidade. Há também a consideração do investimento: embora essas plataformas possam reduzir os custos de desenvolvimento a curto prazo, existem taxas de licenciamento e outros custos associados a serem considerados a longo prazo. 

Além disso, a dependência de uma plataforma específica pode ser arriscada. Se uma plataforma deixa de ser suportada ou não se adapta às mudanças tecnológicas, as empresas podem se encontrar em uma situação difícil.
 
Em conclusão, enquanto as plataformas No-code e Low-code prometem revolucionar o desenvolvimento de software, é essencial abordá-las com uma compreensão clara de seus benefícios e limitações. Em um mundo digital em rápida mudança, elas oferecem uma promessa sedutora de agilidade e inovação, mas como com qualquer ferramenta, seu sucesso dependerá de como são aplicadas. Escolher a plataforma certa, entender seu escopo e limitações e ter uma estratégia clara são essenciais para maximizar os benefícios enquanto se minimizam os riscos.
 

Comentários