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"Denúncia contra mim é uma ficção", diz Temer em discurso

Em discurso para rebater a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer falou que é "vítima de ilação".

Segundo ele, “reinventaram o Código Penal” e inventaram uma nova categoria, a denúncia por ilação. No pronunciamento, Temer disse que está sofrendo um ataque “injurioso, indigno e infamante” à sua dignidade pessoal.

[leiamais]“Fui denunciado por corrupção passiva, sem jamais ter recebido valores, nunca vi o dinheiro e não participei de acertos para cometer ilícitos. Afinal, onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem”. 

Em tom de ataque, o peemedebista classificou a denúncia do procurador-geral como uma "ficção". "A conversa com Joesley é uma prova ilícita, inválida para a Justiça", pontuou. O presidente encontrou no Palácio do Jaburu em março deste ano, fora da agenda oficial, o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

"Recebi, sim, naquela oportunidade, o maior produtor de proteína animal do País", falou, mas não fez menção ao famoso trecho do 'tem que manter isso aí, viu?', do suposto pagamento do silêncio de Eduardo Cunha.

"Não permitirei que me acusem de crimes que não cometi. Estão praticando um atentado contra o País", atacou.

Ficção

O presidente classificou a denúncia de ficção. "Criaram uma trama de novela. A denúncia é uma ficção", disse. 

Gravação é ilícita

Sobre a gravação da conversa que teve com o empresário Joesley Batista, no Palácio do Jaburu, Temer afirmou que a gravação é uma prova ilícita e não pode ser aceita pela Justiça. 

A denúncia de Janot  foi enviada ao ministro Edson Fachin, relator da investigação envolvendo o presidente, e só poderá ser analisada pelo Supremo após a aceitação de 342 deputados federais o equivalente a dois terços do número de deputados da Câmara. O advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, afirmou que presidente é inocente das acusações de prática de corrupção.