Blogueira é condenada por fingir ter câncer e lucrar com suposta cura

(Foto: Reprodução)

A blogueira australiana Belle Gibson foi condenada a pagar multa no valor de 410 mil dólares australianos (cerca de 1 milhão de reais) após fingir ter câncer e vender a suposta cura, que, ela afirmava, tinha como base uma alimentação saudável.

[leiamais] Belle, de 25 anos, ganhou fama no país após afirmar que havia sido curada de um câncer no cérebro. Ela chegou a lucrar quase a mesma quantia em que foi multada com as vendas de um livro de receitas e um aplicativo de saúde, ambos indicados justamente com uma alternativa para pessoas com a doença.

À época, a australiana ainda prometeu que reverteria parte das vendas dos produtos que esinavam a técnica para instituições de caridade, mas isso nunca chegou a acontecer. Foi a partir da descoberta de que o dinheiro não estava sendo repassado que o plano de Belle começou a ruir.

Em abril de 2015, ela admitiu que havia inventado a doença. "Nada disso é verdade", confessou à revista Australian Women’s Weekly. "Eu não quero perdão. Só achei que [contar a verdade] seria a coisa responsável a fazer. Acima de tudo, eu gostaria que as pessoas dissessem: ok, ela é humana'".

Na decisão, a juíza Debra Mortimer, responsável pelo caso, considerou que a maior prova da desonestidade da jovem foi justamente não ter doado as quantias que ela prometeu doar. "Uma das manifestações claras da desonestidade e do interesse próprio na conduta de Gibson foi o fato de ela e a empresa que ela controlou não terem feito nenhuma doação para as organizações que ela havia mencionado em suas declarações publicitárias", afirmou ela, acrescentando que é possível que as instituições recebam valores a partir do pagamento da multa: "Ainda pode acontecer algo bom disso".

Belle foi considerada culpada em cinco ações por violação do direito do consumidor. O aplicativo não está mais disponível e a editora Penguim, que publicou o livro, deixou de produzi-lo e foi multada. 

Veja também: Pessoas que venceram o câncer criam grupo de apoio em São Paulo