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Fundador do Grupo MPB4

Cantor Ruy Faria morre aos 80 anos no Rio de Janeiro

(Imagem: Divulgação MPB4)

Morreu no Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (11), o cantor Ruy Faria. Fundador e ex-integrante do grupo MPB4, o artista morreu por falência de múltiplos órgãos depois de ficar cerca de um mês internado no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ruy Faria foi internado no dia 9 de dezembro depois de contrair uma pneumonia. 

A informação foi oficializada por Cynara Faria, do Quarteto em Cy, ex-mulher de Ruy. Por meio de uma postagem nas redes sociais, ela e os três filhos do casal lamentaram a morte do cantor: “Cynara (amiga/parceira de muitos anos), João, Irene e Francisco comunicam aos amigos e fãs o falecimento do cantor Ruy Faria, nesta tarde de 5ª feira, dia 11/01/18. Pedimos a todos que elevem os seus pensamentos para um homem que valorizou a alegria de viver, o bom humor, a amizade e principalmente a criatividade. Vamos lembrá-lo sempre com esses requisitos que eram a sua marca.” Cynara fez questão de ressaltar algumas das paixões do fundador do MPB4: “As coisas de que o Ruy mais amava eram: a música, o futebol, mas antes de tudo, os seus 3 filhos”.

O Grupo MPB4, que Ruy Faria deixou em 2004 sendo substituído por Dalmo Medeiros, lamentou em publicação nas redes sociais a perda do antigo integrante e fundador.

Nascido em 31 de julho de 1937 em Cambuci, cidade do estado do Rio de Janeiro, Ruy Alexandre Faria começou a carreira musical como crooner do conjunto de baile de Santo Antônio de Pádua (RJ) ‘Boêmios do Ritmo’. Depois disso, em Niterói (RJ), participou do Trio Alvorada, ao lado de Gerardo e Gilberto Peruzinho. Ruy ainda atuou como músico, ator e cantor no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde teve entre os parceiros de trabalho Carlos Vereza, João das Neves e Oduvaldo Viana.

No ano de 1964, Ruy Faria fez parte do grupo CPC que, logo depois, deu origem ao MPB4, onde permaneceu por 40 anos até 2004. No quarteto, que é considerado um dos grupos de maior êxito na história da Música Popular Brasileira, Ruy tinha no palco a companhia dos cantores Aquiles, Magro e Miltinho. Um ano depois, em 1965, o MPB4 se profissionalizou em São Paulo. 

Na década de 1960, o quarteto iniciou uma parceria com Chico Buarque, que duraria dez anos. Uma sequência de álbuns bem-sucedidos na década de 1970 - ‘De Palavra em Palavra’ (1971), ‘Cicatrizes’ (1972), ‘Canto dos Homens (1976)’ e ‘Cobra de Vidro’ (1978) - elevou o status do MPB4 e garantiu ao grupo grande sucesso comercial. 

Paralelamente ao trabalho desenvolvido com o MPB4, Ruy Faria lançou, em 1984, um trabalho solo, intitulado ‘Amigo é Pra Essas Coisas’. O cantor também assinou os roteiros de vários espetáculos do MPB4, como ‘Canções e Momentos’, ‘Feitiço Carioca’, que homenageou Noel Rosa em 1987, ‘Melhores Momentos’, que comemorava os 30 anos de uma famosa casa de espetáculos do Rio de Janeiro, e ‘Arte de Cantar’, que celebrava os 30 anos do conjunto e teve a parceria de Maria Carmem e Miguel Falabella. 

Ruy Faria também assinou parcerias importantes com a ex-mulher Cynara nos álbuns ‘Cobra de Vidro’ (1978), ‘Bate-Boca’ (1997) e ‘Somos Todos Iguais Nesta Noite’ (1998). 

Em 2005, um ano depois de deixar o MPB4, Ruy Faria fez shows em dupla com o compositor Carlinhos Vergueiro. Dessa parceria, nasceu o álbum ‘Dupla Brasileira - Só Pra Chatear’. O trabalho era uma homenagem a duplas que marcaram o cenário da música popular brasileira.

Formado em direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) desde 1964, somente em 2007 Ruy Faria obteve o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e passou a exercer, também, a profissão de advogado no Rio de Janeiro. 

Em 2008, o fundador do MPB4 adaptou e dirigiu no teatro Niemeyer, em Niterói, o musical ‘Calabar’, de Chico Buarque e Rui Guerra.

Atualmente, Ruy Faria estava envolvido no projeto CYB4, uma parceria com a ex-mulher Cynara e a irmã dela Cyva, ambas do Quarteto em Cy, e com o filho do casal Chico Faria. 

O velório e o enterro ocorrem nesta sexta-feira (12) no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. 

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