18/09/2017 08:57:00 - Atualizado em 18/09/2017 09:59:00

Raquel Dodge toma posse como procuradora-geral da República

Redação/RedeTV com Agência Brasil

(Foto: Reprodução/Twitter/Michel Temer)

Raquel Dodge assumiu como procuradora-geral da República na manhã desta segunda-feira (18) e declarou que o povo brasileiro "mantém a esperança em um país melhor, interessa-se pelo destino da nação, acompanha investigações e julgamentos, não tolera a corrupção e não só espera, mas também cobra resultados".

O discurso foi feito ao lado do presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Cármen Lúcia. Com exceção da jurista, todos que estavam ao lado dela são investigados pela Procuradoria-Geral.

Ainda durante seu discurso, a nova procuradora-geral, que é a primeira mulher no cargo, afirmou que o Ministério Público precisa de "coragem" para "zelar pelo bem comum" o órgão tem "o dever de cobrar dos que gerenciam o gasto público que o façam de modo honesto, eficiente e probo, ao ponto de restabelecer a confiança das pessoas nas instituições de governança".

Sobre este assunto, ela citou uma fala do papa Francisco, na qual o pontífice ensina que "a corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver", disse. E acrescentou: "O corrupto está tão fechado e satisfeito em alimentar a sua autosuficiência que não se deixa questionar por nada nem por ninguém. Constituiu uma autoestima que se baseia em atitudes fraudulentas. Passa a vida buscando os atalhos do oportunismo, ao preço de sua própria dignidade e da dignidade dos outros. A corrupção faz perder o pudor que protege a verdade, a bondade e a beleza".

Segundo Dodge, não têm faltado meios orçamentários nem instrumentos jurídicos para que o MP cumpra seu papel constitucional. "Estou certa de que o MP continuará a receber do Poder Executivo e do Congresso Nacional o apoio indispensável ao aprimoramento das leis e das instituições republicanas e para o exercício de nossas atribuições".

Raquel substitui Rodrigo Janot, que ocupou a posição nos últimos quatro anos. Ela foi indicada para o cargo por Temer a partir da eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que deu origem à lista tríplice enviada ao presidente para subsidiar sua escolha.

Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção. Para vice-procurador-geral da República, ela escolheu o subprocurador-geral da República Luciano Maris Maia. 

Mestre em direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Janot não compareceu à posse. De acordo com dados referentes ao segundo período de Janot na Procuradoria, que comandou de 2013 a 2017, na área criminal, que envolve a Operação Lava Jato, foram feitos 242 pedidos de abertura de inquérito, 98 pedidos de busca e apreensão, de interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e 66 denúncias foram enviadas à Justiça (inclusive duas contra o presidente Temer).

(Foto: Reprodução/NBR)

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