Raquel Dodge efetiva troca do grupo responsável pela Operação Lava Jato

(Foto: Marcelo Camargo/ABr)

A nova procuradora-geral da República Raquel Dodge efetivou a troca dos membros responsáveis pelos trabalhos de investigação e apuração de fatos da Operação Lava Jato. De acordo com o jornal O Globo, apenas dois dos dez procuradores que faziam parte da equipe do ex-procurador Rodrigo Janot serão mantidos nos seus cargos. Cinco dos ex-auxiliares de Janot seguirão na equipe por um prazo de até 30 dias, período que deve ser utilizado para efetivar a transição.

Pelas novas regras estabelecidas por Raquel Dodge, os novos procuradores que passam a integrar o time da Lava Jato poderão atuar diretamente nos acordos de delação premiada, passando orientações para que as assinaturas ocorram. As mudanças na atuação da PGR em relação à Lava Jato foram publicadas na edição desta terça-feira (19) do Diário Oficial da União.

Raquel Dodge assumiu como procuradora-geral da República na manhã desta segunda-feira (18) e declarou que o povo brasileiro "mantém a esperança em um país melhor, interessa-se pelo destino da nação, acompanha investigações e julgamentos, não tolera a corrupção e não só espera, mas também cobra resultados".

A nova procuradora-geral, que é a primeira mulher no cargo, afirmou que o Ministério Público precisa de "coragem" para "zelar pelo bem comum" o órgão tem "o dever de cobrar dos que gerenciam o gasto público que o façam de modo honesto, eficiente e probo, ao ponto de restabelecer a confiança das pessoas nas instituições de governança".

Sobre este assunto, ela citou uma fala do papa Francisco, na qual o pontífice ensina que "a corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver", disse. E acrescentou: "O corrupto está tão fechado e satisfeito em alimentar a sua autosuficiência que não se deixa questionar por nada nem por ninguém. Constituiu uma autoestima que se baseia em atitudes fraudulentas. Passa a vida buscando os atalhos do oportunismo, ao preço de sua própria dignidade e da dignidade dos outros. A corrupção faz perder o pudor que protege a verdade, a bondade e a beleza". Raquel não citou a Operação Lava Jato em seu discurso.