Procuradores de 11 países fazem "pacto" para investigar possíveis crimes da Odebrecht
Redação RedeTV! com AgênciasOs procuradores do Brasil e de mais dez países onde a construtora Odebrecht atuou fecharam, nesta quinta-feira (16), em Brasília, um acordo que prevê a criação de equipes para investigar supostos crimes cometidos pela empresa.
O encontro, organizado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), teve a participação de representantes da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Portugal, Peru, República Dominicana e Venezuela, países que investigam possíveis práticas de corrupção cometidas pela empreiteira.
A comunicação do pacto ocorreu depois de uma reunião sigilosa, em que ficou acertada a criação de grupos, que poderão ser bilaterais ou multilaterais, para investigar supostas irregularidades cometidas pela Odebrecht no Brasil e nos outros países envolvidos no acordo.
Um dos pontos do pacto prevê que, para a recuperação de ativos, a Odebrecht seja obrigada, em caso de irregularidades, a reparar os danos causados. É possível, inclusive, a aplicação de multas vultosas à empresa, dependendo da legislação vigente em cada um dos países que assinaram a cooperação.
A atuação do Grupo Odebrecht passou a ser investigada em todos esses países depois que o escândalo de corrupção da empresa ultrapassou as fronteiras do Brasil. Ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos a construtora teria admitido o pagamento de subornos avaliados em U$ 788 milhões em 12 países da América Latina e da África. Entre os atos ilícitos estariam finacimentos ilegais de campanhas eleitorais, operações financeiras irregulares e pagamento de propina para a obtenção de contratos de obras públicas.
Nos últimos meses, 77 executivos e ex-executivos da empreiteira assinaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal, documentos já homologados pelo Supremo Tribunal Federal. A Odebrecht assinou, ainda, acordos de leniêcia com os governos da Suíça e dos Estados Unidos.
