26/09/2016 06:59:00 - Atualizado em 26/09/2016 11:50:00

Polícia Federal prende Antonio Palocci em nova fase da Lava Jato

Redação/RedeTV! com agências

A Polícia Federal deflagra, na manhã desta segunda-feira (26), a 35ª fase da Operação Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi preso. No total, são cumpridos 45 mandados, sendo 27 de busca e apreensão, 15 de condução coercitiva e 3 de prisão temporária.

A ação da PF, batizada de Omertà, ocorre no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Polícia Federal, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse, em delação premiada, que Palocci teria ligação com um pedido de propina de R$ 2 milhões feito ao doleiro Alberto Youssef. O valor seria referente a uma cota de propinas do PP para uso na campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Também são alvos de investigações, as negociações entre Palocci e Odebrecht para a aprovação de um projeto de lei que teria como resultados benefícios fiscais, aumento da linha de crédito junto ao BNDES para um país africano com o qual a empresa tinha relações e a interferência em licitações da Petrobras para a compra de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal na costa brasileira.

Em nota, a Polícia Federal informa que "há indícios de que o ex-ministro [Palocci] atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos".

Ainda de acordo com a PF, a 35ª fase da Lava Jato tem como alvo uma relação criminosa entre um ex-ministro e a principal empreiteira do Brasil. Ele teria sido o intermediário do seu grupo político junto ao Grupo Odebrecht.

34ª Fase

Na quinta-feira (22), foi deflagrada a 34ª fase da Lava Jato. Na ocasião, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou a ser preso. Horas depois, a decisão foi revogada.

No total, foram cumpridos 48 mandados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. De acordo com nota do Ministério Público Federal no Paraná, em julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70.

Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse que, em novembro de 2012, Guido Mantega, que à época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).

Para operacionalizar o repasse, Eike firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.

As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.

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