Planalto desconfia que gravação de Joesley Batista foi editada
Redação/RedeTV! com AnsaO Palácio do Planalto teria enviado para peritos o áudio gravado pelo dono da JBS, Joesley Batista, no qual o presidente Michel Temer é acusado de autorizar um pagamento ilegal para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha. O governo suspeita de que as gravações tenham sido editadas e, caso consiga confirmar isso, usará o argumento de que o peemedebista fora vítima de "conspiração". As informações são do Painel, da Folha de São Paulo.
O grampo foi feito por Joesley antes que ele fechasse o acordo de delação premiada, homologada na última quinta-feira (18) com a Justiça. A oposição, porém, mantém os apelos para que Temer renuncie e ameaçam prosseguir com processos de impeachment, alegando que o presidente, na conversa com Joesley, foi informado de um ato ilícito e, mesmo assim, não fez nada para corrigir.
"Tem que manter isso, viu?", respondeu. Ontem, o ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizou a abertura de inquérito contra Temer. Com isso, o presidente passa formalmente à condição de investigado.
Posicionamento do Planalto
Após ouvir o áudio de Joesley Batista, Temer e sua equipe entenderam, no entanto, que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, confirmando o posicionamento de seu pronunciamento de que não renunciaria ao cargo.
O entendimento do governo é que a frase dita por Temer “tem que manter isso, viu?” diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado. Além disso, Temer minimizou a sua fala no trecho no qual Batista diz que está “segurando dois juízes” que cuidam de casos em que o empresário é processado.
“O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto, em nota. A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito.