26/09/2016 11:32:00

PF diz que Ministério da Justiça não é avisado com antecedência sobre operações

Reuters

(Reuters) - Ao iniciar a entrevista coletiva da nova fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira e que levou à prisão do ex-ministro Antonio Palocci, o delegado Igor Romário de Paula rejeitou que tenha havido qualquer vazamento indevido de informações desta etapa ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

"Em relação à 35ª fase da operação Lava Jato, a Polícia Federal esclarece que adotou o mesmo padrão de compartimentação e cuidado com informação que carecteriza as quase 500 operações deflagradas neste ano", disse Paula, lendo um comunicado em Curitiba.

"Somente as pessoas diretamente responsáveis pela investigação possuem conhecimento de seu conteúdo. Da mesma forma, as datas de desencadeamento de operações especiais de polícia judiciária são acompanhadas apenas pelos responsáveis pela coordenação operacional."

Segundo o comunicado, "como foi amplamente demonstrado em operações anteriores, o Ministério da Justiça não é avisado com antecedência sobre operações especiais".

O texto acrescenta, porém, que "é sugerido ao seu titular (do Ministério da Justiça) que não se ausente de Brasília nos casos que possam demandar sua atuação. Não informando sobre os detalhes da operação."

No domingo, em conversa com integrantes Movimento Brasil Limpo (MBL), que organizou atos de apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, o ministro da Justiça disse que haveria nova fase da Lava Jato nesta semana, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

"Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse Moraes, segundo a reportagem. Na semana passada, a 34ª fase levou à prisão, por algumas horas, do ex-ministro Guido Mantega, petista como Palocci.

Segundo a reportagem, a declaração foi feita de forma espontânea, sem que ninguém tivesse questionado o ministro. Horas após a declaração de Moraes, o Ministério da Justiça divulgou nota em que negou tratar-se de informação privilegiada do ministro em relação às ações da operação. De acordo com a assessoria de imprensa, a afirmação do ministro foi "força de expressão'.

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