01/04/2016 08:10:00 - Atualizado em 01/04/2016 10:19:00

PF deflagra 27ª fase da Operação Lava Jato

ABr

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (1º) a 27ª fase da Operação Lava Jato para investigar a prática dos crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Nesta fase, denominada Operação Carbono 14, estão sendo cumpridas 12 ordens judiciais: três mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva em São Paulo (SP), um mandado de busca e apreensão e um de prisão temporária em Carapicuíba (SP), um mandado de busca e apreensão em Osasco (SP) e três mandados de busca e apreensão, além de um de prisão temporária em Santo André (SP).

As prisões temporárias são do empresário e dono do "Diário do Grande ABC" Ronan Maria Pinto e do ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira. As conduções coercitivas são do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no escândalo do mensalão, e do jornalista e diretor editorial do site "Opera Mundi" Breno Altman.

Segundo a PF, o objetivo da ação é aprofundar as investigações sobre o empréstimo, que envolvem o pecuarista José Carlos Bumlai, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Frigorífico Bertin, e o empresário de Santo André (SP) Ronan Maria Pinto, dono de empresa de ônibus na cidade e também preso nesta quinta.

"Durante as investigações da operação Lava Jato, constatou-se que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no montante de 12 milhões de reais. O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a 'quitação' de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de 1,6 bilhão de reais", disse o MPF em comunicado.

Bumlai, que foi preso pela Lava Jato em novembro de 2015 quando a operação revelou o esquema de fraude envolvendo o Schachin e a Petrobras, disse aos investigadores da Lava Jato que ao menos 6 milhões de reais do empréstimo fraudulento tiveram como destino o empresário Ronan Maria Pinto, a pedido do PT.

Para viabilizar a transferência dos recursos ao destinatário final, foi montado um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o empresário, pessoas ligadas ao PT e operadores, de acordo com a investigação. Parte do dinheiro foi para o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC em 2004, por indicação de Pinto, que estava comprando o jornal.

"Há evidências que apontam que o Partido dos Trabalhadores influiu diretamente junto ao Banco Schahin na liberação do empréstimo fraudulento", disseram os procuradores da Lava Jato.

Cinquenta policiais estão envolvidos nesta operação. Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos serão ouvidos na cidade de São Paulo.

Esta fase foi chamada de Operação Carbono 14 em referência a procedimentos usados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.

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