20/09/2017 12:05:00 - Atualizado em 20/09/2017 12:09:00

"Não tenho amigo com R$ 51 milhões em apartamento", ironiza Janot

Redação/RedeTV!

(Foto: Reprodução)

Em sua primeira entrevista após deixar o cargo de procurador-geral da República, Rodrigo Janot disse que "vão tentar usar todo mundo e tudo contra mim" porque "não tenho amigo com R$ 51 milhões em apartamento".

Na conversa divulgada nesta quarta-feira (20) pelo jornal Correio Braziliense, Janot ainda diz que há uma "orquestração visível" para desconstruir sua imagem a partir da história envolvendo o ex-procurador Marcelo Miller. "Tudo é possível, vão tentar desconstituir a figura do investigador. Não levei dinheiro do Miller nem autorizei ninguém a receber mala de dinheiro em meu nome", defendeu-se. Em seguida, citando caso Geddel, ironizou: "Nem tenho amigo com R$ 51 milhões em apartamento".

Janot também negou que tenha tomado atitudes com interesses partidários durante os quatro anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR): "Primeiro eu era petista, indicado pela Dilma. Quando viram o meu radar, virei perseguidor de político. Não estou criminalizando a política, estou criminalizando bandido".

Em relação à nova gravação da JBS, que levou ao cancelamento do acordo de delação com a PGR, Janot afirmou o conteúdo do novo áudio "não contamina" o teor do primeiro, mas "dá um gosto amargo": "O sujeito não pulou o lado, continuou ao lado da bandidagem".

Assim, para ele, o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico, "foi mais esperto que ele mesmo" e não deixa de ter cometido um crime por delatar outros envolvidos: "A esperteza capturou ele próprio. A gente tem que deixar muito claro: a colaboração premiada é um instituto novo para a gente, já aprendemos muito. Quando a gente faz um acordo desse, é de natureza penal, a gente está negociando com bandido, bandi-dê-ó-dó. O cara, porque é colaborador da Justiça, não deixa de ser bandido".

Sobre a ausência na cerimônia de posse de Raquel Dodge, que o substituiu na PGR, ele afirma que não foi convidado: "Quem vai em festa sem convite é penetra. Para a posse, definitivamente, não fui convidado".

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