24/03/2017 06:42:00 - Atualizado em 24/03/2017 06:43:00

Marcelo Odebrecht cita "relação intensa" com governo Dilma em depoimento ao TSE

Redação/RedeTV!

Os depoimentos Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, e de outros dois ex-executivos da empresa, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tiveram detalhes revelados na quinta-feira (23).

Os três foram ouvidos a pedido do ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer sob suspeita de abuso de poder político e econômico.

Segundo os dados divulgados inicialmente pelo blog “O Antagonista”, Marcelo Odebrecht contou durante o depoimento sobre a campanha que reelegeu Dilma Rousseff em 2014 teve “a maior parte, talvez quatro quintos, proveniente de caixa dois”.

O ex-presidente da empreiteira citou ainda uma “relação intensa” com o governo da petista e destacou que R$ 150 milhões foram destinados pela Odebrecht para a campanha da ex-presidente. Como contrapartida, a empresa seria beneficiada com a edição da Medida Provisória 470, um “refis” na crise de 2009. 

Marcelo lembrou ainda de um pedido específico do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, que contribuísse com R$ 50 mil para a campanha de Dilma em 2010. Na época, o ex-presidente da empreiteira diz não ter se envolvido na questão eleitoral, mas destacou que a quantia acabou sendo usada depois, em 2014.

Houve também acordos feitos com Antonio Palocci para doação a outros partidos da coligação de Dilma Rousseff em 2014. Segundo o ex-presidente da Odebrecht, o valor total das contribuições da empresa chegou a R$ 300 milhões.

Em outra conversa com Mantega, em 2014, Marcelo diz ter sido avisado que “todos os recursos de vocês vão para a campanha dela. Você não vai mais doar para o PT, você só vai doar para a campanha dela, basicamente as necessidades da campanha dela: João Santana, Edinho Silva, e esses partidos da coligação”.

Para o ex-presidente da Odebrecht, era evidente que Dilma tinha conhecimento das doações feitas pela empreiteira a João Santana, inclusive os valores.

Ainda no depoimento, Marcelo afirmou que ainda tentou alertar a ex-presidente no momento em que foi deflagrada a Operação Lava Jato, demonstrando seu receio de que existisse uma “contaminação nas contas do exterior” que foram usadas para efetuar pagamentos a João Santana.

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