Lula classifica acusação em delação da Odebrecht como "inverossímil e irreal"

Lula durante entrevista concedida nesta quinta (Foto: Reprodução)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “inverossímel e irreal” a acusação dos empresários da Odebrecht em delações nas investigações da Operação Lava Jato. O político é alvo de seis pedidos de investigação enviados pelo relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para a Justiça Federal. Por não possuir foro privilegiado, os desdobramentos ocorrem em primeira instância.

Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (13) à Rádio Metrópole, de Salvador, Lula disse que o relato de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, é “mais um absurdo” e que “talvez [Marcelo] esteja tentando criar condição para sair da cadeia”. “Agora, é tão inverossímel a acusação, é tão irreal, que eu não vou rir nem vou chorar. Vou analisar corretamente, vou conversar com os advogados, vou ler cada peça do processo, pra que possa chegar no dia certo claramente e com segurança”, disse. “A delação tem que ser provada, a pessoa tem que provar”, completou.

O petista afirmou estar “muito tranquilo” com o caso. “Eu continuo desafiando qualquer empresário brasileiro, qualquer empresário, a dizer que o Lula pediu R$ 10 pra ele. Se alguém pediu em meu nome, essa pessoa tem que ser presa, porque eu nunca autorizei ninguém a pedir dinheiro em meu nome”, disse Lula. “Vou continuar fazendo política. O dia que alguém provar um erro meu ou R$ 10 ilícitos na minha vida, eu paro com a política”, afirmou.

Durante a entrevista, o ex-presidente da República criticou as perguntas elaboradas em seus depoimentos já concedidos. “Cada depoimento que eu vou prestar eu fico surpreso com a qualidade das perguntas que eles fazem. Porque é uma coisa até sem nexo, ou seja, me parece que eles já estão com a tese pronta e querem só encontrar o conteúdo para colocar dentro da tese deles”, disparou.

Sobre o depoimento que fará ao juiz federal Sérgio Moro no início de maio, o político disse como “a grande oportunidade que eu tenho de ouvir as perguntas e as acusações que sou vítima, para poder responder com muita tranquilidade”.