22/09/2016 12:21:00

Lava Jato: Depoimento de Eike Batista levou Mantega à prisão

Redação/RedeTV!

O procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou nesta quinta-feira (22) que a 34ª fase da operação, que  resultou na prisão temporário do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, foi desencadeada pelo depoimento espontâneo de Eike Batista.

Segundo Lima, em seu testemunho, o empresário contou que Guido Mantega teria pedido para que ele fizesse pagamento de R$ 5 milhões para pagar dívida de campanha do PT com Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, em 2012.

"Houve um contrato entre Monica Moura [mulher do ex-marqueteiro do PT João Santana] e a empresa estrangeira de Eike para justificar esse pagamento", disse Lima.

O empresário Eike Batista não é um alvo específico da nova fase da Lava Jato, batizada de Arquivo X em referência ao grupo de empresas de Eike, mas é investigado na operação, ressaltou o procurador.



A nova etapa investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo obras da Petrobras para exploração de petróleo no pré-sal.

A operação

No total, são cumpridos 48 mandados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

De acordo com nota do Ministério Público Federal no Paraná, em julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70.

Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse que, em novembro de 2012, Guido Mantega, que à época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).

Para operacionalizar o repasse, Eike firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.

As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.

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