21/09/2017 07:15:00 - Atualizado em 21/09/2017 13:30:00

Funaro diz que Cunha distribuía propina a Michel Temer, segundo jornal

Redação/RedeTV!


(Foto: Lula Marques/AGPT)

O operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro teria afirmado que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, “redistribuía propina a Temer, com 110% de certeza”. Funaro também afirmou que de Temer, quando ainda era vice-presidente, teria ficado "enciumado" do poder acumulado por Cunha. A informação é da edição desta quinta-feira (21) do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, a declaração do delator da Operação Lava Jato consta em um dos seus depoimentos prestados em agosto. Funaro é apontado como operador de negociações e transações envolvendo políticos do PMDB em supostos desvios de dinheiro.

Funaro afirmou que, no começo de 2015, quando ainda era vice-presidente, Temer ficou "enciumado pelo poder do deputado Cunha" e "diminuiu o contato com ele". Cunha havia acabado de ser eleito como presidente da Câmara.

O lobista também teria declarado que José Yunes, ex-assessor do presidente da República Michel Temer, lavava dinheiro para o político. Um dos meios utilizados para tal fim era a aquisição de imóveis.

Ainda de acordo com O Globo, Funaro teria declarado em sua delação que Cunha “atuava no varejo” na disputa por cargos durante os governos em que o Partido dos Trabalhadores estava no comando do governo federal. No mesmo período, o operador financeiro teria apontado que Temer e Henrique Alves “atuavam no atacado”, agindo de maneira a assegurar cargos de uma forma mais ampla que o ex-presidente da Câmara.

Odebrecht

Informações divulgadas na última semana pelo jorbal O Estado de S. Paulo dão conta que Lúcio Funaro disse em delação premiada que o presidente Michel Temer dividiu com Geddel Vieira Lima propina da Odebrecht.

Na delação, homologada pelo Supremo, Funaro falou que buscou R$ 1 milhão em espécie, pagos pela empreiteira, no escritório do advogado e amigo de Temer, José Yunes. Essa quantia foi para Geddel, relatou.

A fala de Funaro vai de encontro com a versão apresentada por Cláudio Mello Filho, ex-diretor da Odebrecht. Ela relatou que negociou com Temer e aliados, entre eles o ministro Eliseu Padilha, doações de caixa 2 para campanhas de 2014 - totalizando R$ 10 milhões.

À PGR, Yunes contou que foi usado como “mula” de Padilha para a entrega de um pacote.
Executivos da empreiteira utilizaram os serviços do doleiro Álvaro Novis para fazer com que a quantia destinada a Temer chegasse a Yunes. Funaro também disse que Geddel pediu que retirasse R$ 1 milhão que seria entregue em na capital baiana.

Segundo a delação de Funaro, Geddel informou que o dinheiro que iria retirar com Yunes era referente a uma doação via caixa 2 da Odebrecht, acertada com Padilha e Temer. O presidente enviou parte do dinheiro para Geddel, sempre de acordo com Lúcio Funaro.

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