12/10/2017 16:41:00 - Atualizado em 12/10/2017 16:44:00

Extradição seria me entregar à morte, diz Battisti

Ansa

O italiano Cesare Battisti afirmou que sua cada vez mais provável extradição significaria lhe “entregar à morte”.   

A declaração foi dada em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, em meio aos rumores de que o presidente Michel Temer já teria decidido expulsá-lo para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos.  

“Não sabemos em que se baseia o gabinete jurídico da Presidência para que eu possa ser extraditado. Não sei se o Brasil vai querer se manchar sabendo que o governo e a mídia criaram este monstro na Itália. Vão me entregar à morte”, disse.   

O italiano também negou que estivesse tentando fugir para a Bolívia, país onde tentara entrar com o equivalente a mais de R$ 20 mil em moeda estrangeira, e reafirmou que seu objetivo era comprar roupas de couro no país vizinho.   

“Estava indo com dois amigos pescar. Um de nós já havia ido lá, conhecia, e decidimos ir em um shopping para comprar casacos de couro, que são mais baratos, vinhos e material para pescar. Foi uma besteira porque a informação que eu tinha era que o shopping não estava em território boliviano, estava numa zona franca”, declarou.   

Segundo Battisti, “estava tudo preparado” para prendê-lo. “Uma festa na delegacia. Estavam bem contentes, dançavam. Estavam convencidos de que de lá eu iria para a Itália, que não me soltariam”, acrescentou.   

O italiano ainda disse que o dinheiro apreendido pela PF não era só dele, mas também dos dois amigos que o acompanhavam. “Se fosse sair do país, não iria para a Bolívia. Tenho mais relações no Uruguai. É um país um pouco mais confiável”, reforçou Battisti, que ainda voltou a negar participação em qualquer assassinato.   

“O que mais me preocupa é a ideia de que não vou mais ver meu filho se acontecer isso [a extradição]. Ele vai fazer quatro anos no dia 13 de novembro. Outra coisa horrível é que não se pode dar a possibilidade a uma pessoa de se reproduzir e se criar em um país legalmente e de repente tirar tudo. Que é isso? É uma coisa horrível. É monstruoso. Não sou clandestino, não estou cometendo atos ilícitos”, disse. (ANSA)

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