Em 2º dia de julgamento, Senado ouve testemunhas da defesa de Dilma
ReutersO Senado iniciou na manhã desta sexta-feira (26) o segundo dia do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff que está reservado para os depoimentos das testemunhas listadas pela defesa da petista.
O alvo principal é a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dwek, que teria sido solicitada para atuar na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, sob a presidência da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das mais ativas aliadas da presidente afastada durante todo o processo de impeachment.
A primeira testemunha prevista para ser ouvida é o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em economia Luiz Gonzaga Belluzzo, muito próximo da presidente.
A lista de testemunhas arroladas pela defesa inclui o ex-ministro da Fazenda de Dilma Nelson Barbosa e o professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Tributário, Ricardo Lodi.
Também serão ouvidos Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, consultor jurídico, mestre e doutor em Direito pela Universidade Gama Filho (UGF), e Luiz Cláudio Costa, que foi secretário-executivo do Ministério da Educação no governo de Dilma.
Para aliados de Dilma, a tentativa dos favoráveis ao impeachment de desqualificar testemunhas não deve prosperar. No caso de Esther, argumentam que ela ainda não foi nomeada para o posto na comissão do Senado.
Na quinta-feira, primeiro dia da sessão do julgamento marcado por tensão e bate-bocas, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, principal testemunha da acusação, foi rebaixado à condição de informante.
Segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que também preside o julgamento, o procurador teria admitido que participou de ato pela rejeição das contas de Dilma, o que seria vedado a membros do Ministério Público.
As oitivas devem se estender pela madrugada e podem forçar o Senado a funcionar durante o fim de semana.