08/11/2017 07:16:00 - Atualizado em 08/11/2017 08:05:00

E-mail de ex-procurador mostraria orientações de delação à JBS, diz jornal

Redação/RedeTV!


(Foto: Divulgação/MPMG)

Uma mensagem enviada pela conta de e-mail de Marcello Miller mostraria orientações do ex-procurador da República sobre procedimentos para se fechar uma delação premiada. A informação é da edição desta quarta-feira (8) do jornal Folha de S. Paulo, que aponta que a mensagem traria orientações de como executivos da JBS deveriam se portar para fechar o acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Datada de 09 de março, a mensagem teria como assunto “Segundo roteiro de reunião”. Um dos itens escritos por Marcello Miller sugeriria que os advogados declarassem que “Estamos trazendo pela primeira vez o BNDES, que era a última caixa-preta da República, estamos trazendo fundos, Temer, Aécio, Dilma, Cunha, Mantega e, por certo ângulo, também Lula. Temos elementos muito sólidos de corroboração”.

Outro item do documento sugeriria que a defesa da JBS questionasse o Ministério Público Federal (MPF) acerca da prisão temporária de um ex-sócio. Segundo a Folha, trata-se de Mario Celso Lopes, que teve sociedade com Joesley Batista na Eldorado Celulose e que foi preso no dia anterior ao e-mail na Operação Greenfield. A mensagem também faria referências ao promotor Sérgio Bruno, do Distrito Federal, que pediu a prisão de Lopes. No e-mail, Marcello Miller ainda sugeriria que a defesa da JBS fizesse a proposta de “procurar autoridades dos Estados Unidos” para “iniciar o procedimento de cooperação lá”.

O documento, segundo a Folha, teria sido escrito dois dias depois que o empresário Joesley Batista gravou uma conversa com o presidente da República Michel Temer. Já seria de conhecimento da PGR que o nome do mandatário estaria entre os delatados. Apesar de o documento ter a data de 09 de março, segundo o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as tratativas da delação tiveram início em 27 de março.

Miller é suspeito de agir como advogado de defesa da JBS quando ainda exercia o cargo de procurador da República. Nesse período, ele trabalhava ao lado de Rodrigo Janot.

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