07/10/2015 10:58:00 - Atualizado em 07/10/2015 11:20:00

Dilma diz esperar que Congresso mantenha vetos a novas despesas nesta 4ª

Reuters

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira estar confiante que o Congresso Nacional vai manter os vetos a projetos que implicariam em novas despesas, em sessão marcada para esta manhã, afirmando ser impossível para o país aumentar os gastos de forma desproporcional em um momento de dificuldades.

"O Congresso, tenho certeza disso, vai demonstrar seu compromisso com o Brasil. É muito importante que as pessoas coloquem o interesse do Brasil acima dos seus interesses, acima dos interesses partidários", disse Dilma.

"É impossível um país que está enfrentando dificuldades aumentar desproporcionalmente suas despesas", acrescentou a presidente em entrevista a rádios da Bahia, Estado que visita ainda nesta quarta para entregar residências do programa Minha Casa Minha Vida.

Na pauta dos vetos de Dilma que precisam ser apreciados por deputados e senadores estão dois que teriam impacto bilionário nas contas públicas: o reajuste aos servidores do Judiciário e a ampliação da política de reajuste do salário mínimo para todos os aposentados. O impacto estimado pelo governo somente com o reajuste do Judiciário chega a 36 bilhões de reais até 2019.

A sessão do Congresso para a análise dos vetos foi adiada na terça-feira por falta de quórum. Segundo o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), algumas bancadas, inclusive da base do governo, orientaram seus integrantes a não marcarem presença na sessão para forçar o Senado a votar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata, entre outros temas, do financiamento empresarial de campanha. O tema já havia provocado adiamento da sessão na semana passada.

O governo tem pressa para que o Congresso mantenha os vetos, no momento em que tenta sinalizar ao mercado financeiro que está agindo para garantir o equilíbrio das contas públicas e uma boa relação com o Congresso. Na semana passada, Dilma anunciou uma reforma ministerial justamente com o objetivo de fazer um rearranjo de forças de sua coalizão e garantir maior apoio na Câmara e no Senado.

"Esse é um dia importante", disse Dilma, em referência à análise dos vetos no Congresso. "Vejo ele como um caminho que estamos trilhando para construir uma solução e atravessar o mais rápido possível a situação de dificuldade que nós vivemos."

"VARIANTES GOLPISTAS"

Na entrevista, Dilma respondeu ainda a uma pergunta sobre os movimentos de oposição que defendem seu impeachment.

A presidente enfrenta ao mesmo tempo ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que iniciou investigação sobre o financiamento da campanha da chapa da presidente na eleição do ano passado, e um processo no Tribunal de Contas da União sobre as chamadas "pedaladas fiscais" que pode abrir caminho para um processo de impeachment no Congresso.

Segundo a presidente, a democracia brasileira é forte o bastante para impedir que "variantes golpistas" tenham espaço no cenário político do país.

"É impossível a gente achar que nós fazemos um serviço para a democracia tentando métodos para encurtar a chegada ao governo. O único método reconhecido para se chegar ao governo é o voto direto nas urnas", afirmou.

"A democracia brasileira é forte o suficiente para impedir que variantes golpistas tenham espaço no cenário político brasileiro".

Recomendado para você

Comentários