19/04/2017 06:55:00

Delatores divergem sobre encerramento do departamento de propinas da Odebrecht

Redação/RedeTV!

O fim das atividades do Setor de Operações Estruturadas, departamento da Odebrecht responsável pelo pagamento de propina e caixa dois a políticos, causou contradição nos depoimentos de dois ex-executivos da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Marcelo Odebrecht, presidente do grupo até junho de 2015, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que ordenou no início daquele ano a transferência de parte do setor para a República Dominicana, incluindo a mudança de dois funcionários para o exterior. Seu objetivo era colocar fim às atividades ilícitas exercidas pela empresa com ações como o fechamento de contas bancárias não declaradas abertas fora do Brasil.

A versão apresentada pelo ex-chefe do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, Hilberto Mascarenhas da Silva, no entanto, é outra. Segundo o executivo, e determinação da mudança de atividades para o exterior era uma tentativa do ex-presidente da empreiteira de manter a área em funcionamento distante do monitoramento no Brasil. As investigações da Operação Lava Jato, naquele momento, já passavam de um ano e, nas palavras de Mascarenhas da Silva, Marcelo Odebrecht “estava sentindo que alguma coisa estava prestes a acontecer”.

O departamento de propinas também foi assunto na delação do patriarca do grupo, Emílio Odebrecht. Ao MPF, ele disse que determinou o fim de pagamentos de propina e caixa dois quando assumiu provisoriamente a presidência da Odebrecht em substituição a seu filho, que acabara de ser preso.

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