27/06/2017 06:57:00

Defesa deve alegar que Janot tenta condenar Michel Temer sem provas

Redação/RedeTV! com Agência Brasil


(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A defesa de Michel Temer já definiu a estratégia que adotará com relação à denúncia apresentada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente. Segundo reportagem da edição desta terça-feira (27) do jornal Folha de S. Paulo, Janot deve ser acusado de tentar condenar o político sem ter provas.

Uma reunião ocorrida na noite de segunda (26) entre Temer e membros da base de seu governo, entre ministros e parlamentares, definiu os rumos políticos e jurídicos que serão adotados a partir de agora. De acordo com a Folha, ficou definida a adoção de um discurso de que Rodrigo Janot tem atitudes que vão contra os políticos. O presidente e seus defensores também devem acusar o procurador-geral da República de agir com parcialidade.

A base aliada ainda deve justificar que a denúncia de Janot tem conclusões que não se sustentam. Um dos pontos a ser explorado, segundo o jornal paulista, é a associação direta, alegada por Janot, entre Michel Temer e a mala que continha R$ 500 mil e estava nas mãos do seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures. O argumento que deve ser defendido pelos aliados governistas é de que o montante ficou com Loures e, portanto, não é possível saber se Temer era realmente o destinatário final. 

A denúncia

A acusação apresentada por Janot na segunda (26) está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. O áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu, também é uma das provas usadas no processo. O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures também foi denunciado.

Para o procurador, Temer usou Rocha Loures para receber vantagens indevidas. "Entre os meses de março a abril de 2017, com vontade livre e consciente, o Presidente da República Michel Miguel Temer Lulia, valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo e liderança política nacional, recebeu para si, em unidade de desígnios e por intermédio de Rodrigo Santos da Rocha Loures, vantagem indevida de R$ 500.000 ofertada por Joesley Batista, presidente da sociedade empresária J&F Investimentos S.A., cujo pagamento foi realizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud", diz a denúncia apresentada por Janot.

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