19/05/2016 09:36:00 - Atualizado em 19/05/2016 10:32:00

Conselho de Ética faz sessão para ouvir defesa de Eduardo Cunha

Agência Brasil

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começou por volta das 9h50 desta quinta-feira (19) sua defesa no Conselho de Ética, que o investiga. Cunha voltou a negar possuir contas não declaradas no exterior e afirmou que irá questionar nulidades do processo, apesar de querer ''celeridade'' na condução do caso.

Cunha avisou que pretende questionar a escolha do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) para relatar o pedido de cassação de seu mandato no colegiado, argumentando que o parlamentar não poderia pertencer ao bloco partidário do DEM.

O depoimento de Cunha é o último das oitivas e, a partir daí, começa o prazo de dez dias para que o relatório do processo, a ser preparado por Marcos Rogério, seja apresentado. Apesar de ter feito sua própria defesa, Cunha está acompanhado de seu advogado, Marcelo Nobre.

O conselho investiga se houve quebra de decoro de Eduardo Cunha por supostamente ter mentido durante a audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando ele negou a existência de contas no exterior em seu nome.

A expectativa da defesa de Cunha é que Marcos Rogério entregue o relatório antes mesmo do prazo final previsto, que seria o dia 30 de maio. Marcelo Nobre tem afirmado que vai recorrer à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa, presidida pelo também peemedebista Osmar Serraglio (PR), se o relator decidir incluir no texto a acusação de vantagens indevidas. Rogério disse que se novas provas surgirem sobre o pagamento de propina a Cunha em troca de viabilizar contratos e negócios envolvendo estatais brasileiras, como a Petrobras, pode considerar os fatos no final da instrução, dando mais tempo para que a defesa de Cunha se manifeste.

No último dia 5, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, determinou o afastamento de Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara. A decisão liminar atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Cunha de tentar interferir na condução das investigações da operação.

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