23/05/2017 00:32:00 - Atualizado em 23/05/2017 00:32:00

Comissão de Ética da Presidência vai analisar conteúdo de delação premiada

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) anunciou hoje (22) que vai analisar a delação premiada que envolve o presidente Michel Temer, e que deflagrou a maior crise no governo do peemedebista. O presidente aparece na delação premiada de Joesley Batista, dono da empresa JBS, além de ter sido gravado por este em uma conversa no Palácio do Jaburu.

“O colegiado decidiu analisar o conteúdo da colaboração premiada do empresário Joesley Batista, no âmbito da Operação Lava Jato, para identificar autoridades sujeitas à competência da CEP à época em que teriam ocorrido os fatos que deram ensejo às investigações, a fim de que, na reunião de junho de 2017, delibere sobre a abertura de outros processos de ofício”, disse a comissão, em nota.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou aabertura de inquérito para invetigar Temer. O presidente é investigado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à justiça. Temer nega as acusações e alega que a gravação não prova sua participação em qualquer ilícito.

Caso entenda que houve infração ética por conta de um agente, a comissão pode aplicar desde uma advertência até recomendar a exoneração do agente. A recomendação é feita ao chefe do Executivo Federal, o presidente da República. Cabe a ele acatar ou não a recomendação da comissão.

Lava Jato

A CEP informou ainda que vai determinar abertura de processo de apuração ética para analisar a conduta de investigados na Operação Lava Jato e que tiveram inquéritos abertos no STF. Alfredo Nascimento, Edison Lobão, Fernando Bezerra Coelho, Guido Mantega e Paulo Bernardo (todos ex-ministros dos governos Lula e Dilma Rousseff), além de Humberto Kasper e Marco Arildo Prates da Cunha (ex-diretores do Trensurb, empresa federal que opera o metrô de Porto Alegre), serão alvos de processo por terem, na época dos fatos investigados, ocupado cargos de alta direção no Poder Executivo Federal.

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