11/03/2015 14:35:00 - Atualizado em 11/03/2015 14:36:00

Carlos Augusto Montenegro, dono do Ibope, é acusado de corrupção

Redação/RedeTV!

O dono do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública), Carlos Augusto Montenegro, apareceu em um depoimento de delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que acusa o empresário de financiar um esquema de corrupção envolvendo o Denatram (Departamento Nacional de Trânsito). 

O valor da propina seria de R$ 20 milhões, paga em 20 parcelas por Montenegro. O pagamento da propina teria sido feito em espécie no prédio onde funcionava o escritório de Youssef em São Paulo. O dinheiro iria, entre 2008 e 2009, para deputados do PP (Partido Progressista).

Na delação, Youssef afirma que, na época em que Márcio Fortes era Ministro das Cidades, foi passada a responsabilidade pelo registro das transferências de veículos, conhecido como gravame, para a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização). Por sua vez, a Fenaseg subcontratou a GRF Solution para administrar os registros.

A operação teria sido intermediada por dois ex-deputados ligados ao PP: João Pizzolati, que terminou seu mandato no fim de janeiro deste ano, e Pedro Corrêa, que já não é filiado ao partido e está preso desde 2013 pelo escândalo do Mensalão. Youssef disse que o esquema teria rendido cerca de R$ 20 milhões ao PP.

Montenegro também era um dos sócios da GRV Solutions, até 2011, quando a empresa foi vendida. O acordo feito com o Denatram para administração dos registros de transferências de veículos também estava na venda. Ao todo, o negócio chega, por ano, a R$ 36 milhões. 

Toda vez que alguém financia um carro, um número de gravame é gerado. O sistema impede que o veículo seja revendido antes de ser quitado. Isso ser feito por uma empresa privada já foi alvo de denúncia. O Tribunal de Contas do Piauí questionou a dispensa de licitação na contratação da Fenaseg para administração do gravame, sob o argumento de que a cobrança de tributos não pode ser feita por empresa privada.

O que aconteceu é que junto com a Fenaseg, a GRV Solution tem um contrato de exclusividade de 25 anos para operar o sistema de gravames em todo o Brasil. 

Carlos Augusto Montenegro declarou que não tem nenhuma relação e nem conhece Alberto Youssef e que os contratos foram feitos de forma legal. Ele disse, ainda, que era sócio minoritário da empresa e que nunca ocupou cargos executivos. 

Em nota, a Cetip informou que os fatos relatados por Youssef são anteriores a aquisição da GRV Solution e que não participa de nenhum ato ilícito na condução dos negócios.

Assista à reportagem exclusiva do RedeTV News!:

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