Bancada do PT decide votar a favor da medida do ajuste fiscal
Ricardo Brito, Bernardo Caram e Nivaldo Souza/AgênA bancada tomou a decisão por aclamação, sem que houvesse registro nominal dos votos dos deputados do partido. Segundo presentes, 85% dos 64 deputados petistas apoiaram a medida. A bancada estava dividida, tanto que o partido teve de suspender, temporariamente, o encontro que discutia a posição da legenda.
Segundo o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), o partido decidiu apoiar as medidas de ajuste fiscal apesar de algumas divergências na bancada. "Vamos buscar os 64 votos do PT. Tem dois com problema de saúde, mas os demais acredito que na hora de votar estarão todos firmes nessa luta", disse, ao destacar que ninguém será punido caso eventualmente seja contra a proposta. "Ninguém aqui é obrigado a nada, então a nossa posição é majoritária e esperamos até a hora da votação". Segundo ele, o que tinha de maior gargalo nas demandas do partido já foi resolvido.
Estiveram em reuniões da bancada petista os ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini, da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, da Previdência Social, Carlos Gabas, e da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, ex-articulador político de Dilma.
O receio do Planalto era que, se o PT não desse o apoio à medida, outros partidos da base seguissem pelo mesmo caminho e a aprovação da medida fosse ameaçada. A votação da MP deve ocorrer ainda nesta noite. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu a sessão do plenário que vai analisar a medida provisória. Ele já disse que a proposta será aprovada, mesmo diante da obstrução que a oposição faz neste momento no plenário.
Pouco antes do anúncio da decisão do PT, o PMDB cobrou um posicionamento definitivo do partido da presidente para que a bancada peemedebista apoiasse em plenário a MP. "O PMDB tem convicção de que é necessário um ajuste fiscal para o País, mas consideramos que é fundamental que o PT tenha a mesma convicção", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). "Se eles (petistas) não tiverem, certamente, abalará a nossa convicção", disse.