Trump revoga ordem de Obama e mantém aberta prisão de Guantánamo
Redação RedeTV!O presidente dos Estados Unidos Donald Trump fez na noite desta terça-feira (30) seu primeiro discurso acerca do Estado da União. Além de pedir a união de democratas e republicanos para a realização de uma reforma imigratória, o mandatário estadunidense anunciou que assinou uma ordem executiva para manter em funcionamento a prisão de Guantánamo, em Cuba, cumprindo uma promessa de campanha e revogando um decreto de seu antecessor Barack Obama.
O discurso do Estado da Nação, feito pela primeira vez em 1790 pelo ex-presidente dos EUA George Washington, ocorre anualmente em uma sessão conjunta no Congresso norte-americano e serve para o presidente prestar esclarecimentos sobre suas ações durante o ano e, ainda, para que ele apresente projetos para o futuro do país a senadores, deputados, militares e integrantes da Suprema Corte.
Durante o pronunciamento, Donald Trump pediu que democratas e republicanos deixem de lado as diferenças para servir ao povo dos EUA. O republicano apresentou os resultados e ‘conquistas’ de sua gestão e fez questão de enfatizar, entre outros pontos, que o desemprego entre afro-americanos e hispano-americanos é o mais baixo já registrado no país.
Donald Trump também observou que é hora, sob seu ponto de vista, de o país reconstruir sua infraestrutura e pediu ao Congresso a aprovação de U$ 1,5 trilhão em investimentos dessa natureza para a construção de estradas, pontes, autopistas, ferrovias e vias navegáveis.
No momento mais polêmico do discurso, que gerou vaias, Trump pediu união de democratas e republicanos para a aprovação da reforma migratória. A proposta apresentada por ele prevê, entre outras coisas, que cerca de 1,8 milhão de imigrantes indocumentados que chegaram aos EUA ainda crianças tenham acesso à cidadania estadunidense. Trump propõe, ainda, a construção do polêmico muro na fronteira entre os EUA e o México, o fim do sorteio de vistos e da imigração em cadeia.
Em outros momentos de destaque do discurso, Trump reafirmou o compromisso de extinguir o Estado Islâmico ‘da face da Terra’ e disse que assinou, antes de iniciar o discurso do Estado da Nação, uma ordem para que a detenção da Baía de Guantánamo fosse mantida aberta.
A base que os EUA possuíam neste território cubano foi transformada em prisão depois dos atentados do 11 de setembro, em 2001, e passou a receber suspeitos de terrorismo. Inaugurada em 2002, pelo então presidente George W. Bush, a prisão foi acusada de violar os direitos humanos com práticas de abuso e tortura de presos, denúncias comprovadas pela CIA. A decisão de Donald Trump contraria a determinação de seu antecessor, o democrata Barack Obama, que havia anunciado o plano de fechar a prisão que tem, atualmente, 44 detentos. No auge do funcionamento, a prisão de Guantánamo chegou a abrigar 800 presos, oriundos de 44 países diferentes.
