24/09/2018 12:36:00 - Atualizado em 24/09/2018 12:57:00

Rapaz de 19 anos sobrevive após ficar 49 dias à deriva em uma cabana de pesca no Pacífico

Arthur Henrique - Redação/RedeTV!


(Reprodução/Facebook)

Um rapaz de 19 anos sobreviveu mais de 1 mês e meio (exatos 49 dias) à deriva no Oceano Pacífico em uma cabana de pesca, que funciona como uma armadilha para peixes. O jovem Aldi Novel Adilang, da Indonésia, foi resgatado no dia 31 de agosto por um navio de bandeira panamenha que o avistou.

O garoto tinha como trabalho acender as lâmpadas do 'rompong', como é chamado esse tipo de barco. As luzes atraem os peixes para próximo da embarcação, onde ficam presos. Ao jornal The Guardian , o pai de Aldi explica que ele exercia a função desde que tinha 16 anos de idade.

Semanalmente, um funcionário da empresa de pesca recolhia os peixes pegos pelas armadilhas e entregava insumos necessários, tais como comida, água e combustível. O 'rompong' (um dos 50 que pertenciam a companhia que o jovem trabalhava) ficava ancorado ao fundo do mar por uma corda e flutuava graças a boias instaladas. 

Em meados de julho, os ventos fortes que assolavam a cidade de Manada arrebentaram a amarra feita e deixaram Aldi à deriva no oceano. O seu 'rompong' estava há 125 km de distância do mar aberto.

O pescador notou que não tinha a quantidade necessária de suprimentos para sobreviver. Então, aprendeu a pescar e queimava madeira de sua própria cabana para cozinhar peixer e outros animais marinhos. Para se hidratar, Aldi "sugava" água do mar de suas roupas, visando reduzir a ingestão de sal.

Enquanto estava à deriva, o rapaz tentava chamar atenção de navio que via passar ao longe agitando alguns panos e até pedaços de sua roupa. Ao ver que não a ação não dava resultado, ele tentou enviar sinais de rádio de emergência com aparatos que tinha na embarcação.

"Toda vez que ele via um grande navio, ficava com esperança, mas mais de dez navios passaram por ele, nenhum deles parou ou viu o Aldi", disse Fajar Firdaus, um diplomata indonésio do consulado em Osaka, no Japão, país onde o menino foi deixado para ser socorrido por um navio de bandeira panamenha, o 'MV Arpeggio', no dia 31 de agosto - mais de um mês e meio depois.

Aldi inicialmente agitou um pano para o navio panamenho, mas foi um sinal de rádio de emergência que chamou a atenção da tripulação do Arpeggio.


Jovem indonésio sobreviveu após ficar 49 dias à deriva em cabana flutuante no Oceano Pacífico — (Reprodução/Facebook)

Em terra firme

Entrevistado pelo portal de notícias local TribunManado, Aldi explicou que pensava que "ia morrer lá fora". "Pensei em desistir de sobreviver e pular no oceano, mas lembrei-me do conselho de meus pais, para rezar em momentos de de desespero", disse o jovem de 19 anos, que tinha a bordo com ele uma Bíblia.

Depois de resgatá-lo, o capitão do navio panamenho entrou em contato com a guarda costeira de Guam para deixá-lo lá. Contudo, como o destino da embarcação era o Japão, o jovem preferiu entregue ao consulado indonésio do país no dia 6 de setembro.

Mesmo em estado de extrema fadiga, Aldi se encontrou em bom estado de saúde. O rapaz voltou para sua cidade natal, Manado, em 8 de setembro, acompanhado por funcionários do consulado.


Aldi se reencontrou com sua família após 49 dias em mar aberto - (reprodução/Facebook)

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