27/11/2015 18:58:00

Presidente da França consegue ajuda, mas não coalizão contra Estado Islâmico

2015-11-27 20:51:44 GMT+00:00 - Reuters

Por Elizabeth Pineau e Paul Taylor

MOSCOU/BRUXELAS (Reuters) - Os líderes de Rússia e França evitaram se encarar ao fazerem declarações curtas e formais no Kremlin na quinta-feira antes da reunião sobre como combater o Estado Islâmico na Síria.

François Hollande deseja unir potências mundiais numa única ?grande coalizão? para lutar contra os militantes por trás dos ataques em Paris, mas a Força Aérea de Vladimir Putin tem atacado principalmente rebeldes apoiados pelo Ocidente que lutam contra o presidente sírio, Bashar al-Assad.

No fim do dia, Hollande parecia mais relaxado, e autoridades francesas destacavam um avanço potencialmente significativo na cooperação com Moscou.

"É importante por causa do acordo para não atacar grupos que estão lutando contra o Estado Islâmico?, afirmou uma autoridade francesa. ?O que importa é coordenação, o fato de que nós temos um objetivo comum para lutar contra o Estado Islâmico. É o resultado que importa, destruindo Daesh (termo árabe para o Estado Islâmico).?

Depois de uma semana de conversas com os líderes dos Estados Unidos, Rússia e Alemanha, Hollande assegurou apoio político e militar fortalecido para sua campanha aérea contra o Estado Islâmico, que assumiu a responsabilidade pelos ataques a tiros e de homens-bomba que mataram 130 pessoas na pior atrocidade na França em décadas.

No entanto, o seu objetivo de transformar duas alianças militares internacionais rivais que combatem na Síria numa coalizão ampla e única com o foco em derrotar o Estado Islâmico parece ainda longe.

Isso é principalmente em razão de a coalizão liderada pelos EUA, que inclui os Estados sunitas da Arábia Saudita e do Catar e também a Turquia, ter como objetivo ajudar rebeldes a derrubar Assad, enquanto que o grupo liderado pela Rússia, que conta com o Irã e com a milícia Hezbollah do Líbano, é aliado das forças do governo sírio.

Isso também se dá pelo fato de o presidente dos EUA, Barack Obama, estar determinado a evitar ser sugado de novo para uma guerra no Oriente Médio, ou trabalhar militarmente com a Rússia depois da anexação da Crimeia e do apoio russo a separatistas no leste da Ucrânia.

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