22/04/2018 06:28:00

Liberal desafia favoritismo colorado no Paraguai

Ansa

O Paraguai vai às urnas neste domingo (22) para eleger seu novo presidente, em uma disputa polarizada entre o governista Mario Abdo Benítez, do conservador Partido Colorado, e Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA).

Os dois concorrem à sucessão de Horacio Cartes, que, assim como o ex-presidente Fernando Lugo, deposto por um impeachment, tentará uma vaga no Senado. As pesquisas não são unânimes ao apontar um vencedor, porém a maioria delas coloca Benítez, presidente do Senado entre 2015 e 2016, como favorito.

Cerca de 4,2 milhões de eleitores podem participar do pleito, que será supervisionado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia. Os dois candidatos principais fizeram seus últimos comícios na sexta-feira (20), Benítez em Itauguá, a 30 quilómetros de Assunção, e Alegre em Capiatá, também nos arredores da capital paraguaia.

"No meu governo, não vou permitir que ninguém toque o dinheiro do povo, que ninguém enriqueça com o dinheiro do povo", declarou o postulante colorado, que centrou suas promessas no combate à corrupção e à impunidade. Ao mesmo tempo, Benítez tenta se distanciar do nome do ditador Alfredo Stroessner (1945-1989).

O pai do candidato pertenceu ao círculo mais próximo do general e amealhou uma grande fortuna durante a ditadura. Por sua vez, Alegre, que lidera uma aliança com a centro-esquerda chamada "Ganhar", se comprometeu a não ser o "presidente dos ricos", tentando colar em seu adversário a imagem de elitista.

"Serei o presidente do povo paraguaio. Presidente dos operários, dos trabalhadores, da classe média, dos agricultores", afirmou o dirigente liberal, que foi ministro de Obras Públicas do governo Lugo entre 2008 e 2011. O ex-presidente, alvo de um impeachment em 2012, participou activamente da campanha e mostrou confiança na vitória.

Foi justamente uma então inédita aliança entre liberais e esquerdistas que levou Lugo ao poder, em 2008. Outros oito candidatos participam das eleições, mas todos com chances quase nulas de vitória.

Há exato um ano, o PLRA encabeçou uma série de manifestações - que culminaram em uma invasão ao Congresso - contra um projeto apoiado tanto por Cartes quanto por Lugo para permitir a reeleição no país. A pressão  deu resultado, e o texto acabou rejeitado.

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