12/10/2017 10:58:00 - Atualizado em 12/10/2017 11:43:00

EUA saem da Unesco e acusam agência de ser anti-Israel

Ansa com Redação/RedeTV!

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (12) sua saída da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), por acreditar que a entidade tenha um viés "anti-Israel", além de dívidas elevadas que, segundo comunicado do Departamento de Estado, evidenciam a "necessidade de reformas fundamentais na organização". 

"Essa decisão não foi tomada levemente, e reflete as preocupaçõe dos Estados Unidos com o aumento das dívidas na Unesco, a necessidade de reformas fundamentais na organização e o continuo avanço anti-Israel na Unesco", disse o comunicado do governo americano, que informou ainda que o país pretende fazer um papel de observador no órgão da ONU.

Em resposta, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a saída, que ela descreveu como uma perda para a "família das Nações Unidas". "No momento em que a luta contra o extremismo violento exige um renovado investimento na educação, no diálogo entre as culturas para evitar o ódio, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que lidera essas questões", disse Irina.

A decisão de Washington foi motivada pelas recentes resoluções da Unesco contra Israel, como aquela que retira do país a soberania sobre Jerusalém e outra que se refere a locais sagrados para judeus e muçulmanos apenas pelo nome islâmico.

Além disso, a entidade já condenou os assentamentos israelenses em Hebron, na Cisjordânia, declarada como "patrimônio histórico palestino". No entanto, a revista "Foreign Policy" especula que também tenha pesado para a decisão a dívida de US$ 500 milhões dos EUA com a Unesco.

A quantia se acumula desde 2011, quando o país suspendeu suas contribuições por causa do reconhecimento da Palestina como Estado-membro. As resoluções da Unesco também foram duramente criticadas por Israel e por alguns países europeus, inclusive a Itália, nos últimos meses, mas nenhuma dessas nações se retirou da entidade.

Recomendado para você

Comentários