Escritora relata casos de violência sexual em relacionamentos
Redação RedeTV!A escritora Holly Bourne, que escreveu um livro inspirado em relatos femininos (Foto: Reprodução/Daily Mail)
Acostumada a lidar com casos de estupro, a jornalista e escritora Holly Bourne mudou sua percepção sofre o assunto após abandonar a redação para começar a trabalhar com um site de aconselhamento para adultos e descobrir que a pergunta mais frequente era: "é normal fazer sexo quando você não quer?".
O que para ela era um crime cometido por estranhos aleatórios contra jovens aleatórias e que, na redação, virava tema de um texto automático e sem profundidade, mudou totalmente para Holly, que passou a ver esse crime sexual de outra forma.
"Rapidamente percebi que tudo o que eu acreditava sobre violência sexual estava errado", escreve ela em artigo para o site "Daily Mail". "O estupro estava longe de ser raro e ter os meus olhos abertos para isso mudou tudo".
Holly percebeu que essas mulheres consideravam que a relação sexual era um "dever" do relacionamento. Além daquela alarmante pergunta mais frequente, sobre fazer sexo sem estar com vontade, outros depoimentos também assustavam a jornalista:
"Eu estava dormindo e, quando acordei, ele estava fazendo sexo comigo", "Eu disse a ele que não estava preparada, disse não, mas ele continuou de qualquer maneira", e "Eu tenho 14 anos, meu namorado tem 26. Ele quer fazer sexo. Isso é ilegal?" e "Eu disse para ele que não queria fazer sexo anal, mas então ficamos bêbados e ele me pressionou a fazer. É dolorido. Isso é normal?".
Usando mais uma vez a escrita como arma, Holly lançou uma trilogia de livros [ainda sem tradução no Brasil], com protagonistas femininas para falar feminismo, a pressão em relação à vida sexual e a violência. Os casos serviram de inspiração para abordar o assunto alvo de tantas dúvidas.
"Esses assuntos são desconfortáveis de falar. Estupro e abuso sexual - e outros temas sobre questão de gênero", escreve ela. "Mas precisamos compreender para conseguir impedir".
A escritora ainda conta que outras pessoas com quem trabalhou também criaram seus próprios meios para lutar contra situações de violência que ficaram sabendo através dos relatos anônimos enviados ao site.