09/11/2016 00:53:00 - Atualizado em 09/11/2016 07:52:00

Donald Trump é eleito presidente dos Estados Unidos

Redação/RedeTV! com ABr

(Foto: Reuters)

O empresário Donald Trump será o 45º presidente dos Estados Unidos da América. Ele alcançou os 276 votos de delegados do colégio eleitoral na madrugada desta quarta-feira (9), depois de uma acirrada disputa com a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Trump assegurou  maioria em estados decisivos como a Flórida, Carolina do Norte, Ohi e a Pensilvânia.  Ele assumirá o cargo em 20 de janeiro.

Donald Trump declarou em seu primeiro discurso como presidente eleito que Hillary Clinton telefonou para ele para cumprimentá-lo, admitindo a derrota.

A vitória de Trump encerra uma das campanhas mais polarizadas da história recente dos Estados Unidos. A campanha foi marcada por acusações mútuas, envolvendo a vida pessoal dos candidatos e atingiu o auge quando um vídeos, de 2005, mostrava o candidato do Partido Republicano usando palavras desrespeitosas para se referir às mulheres. O resultado eleitoral surpreende proque contraria as últimas pesquisas que mostraram Hillary Clinton com ligeira folga na liderança da corrida eleitoral.

Os mercados financeiros desabaram em todo o mundo com a notícia da vitória de Donald Trump. O índice Nikkei do Japão caiu mais de 800 pontos, ou seja quase 5%. O índice da bolsa de Hong Kong perdeu 650 pontos, ou 2,8%. Enquanto isso, o peso mexicano - que já apresentava um comportamento frágil quando o candidato republicano subiu nas pesquisas durante a campanha - agora caiu para um mínimo de oito anos, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. As aplicações financeiras estão se transferindo para o ouro. O peso mexicano está em queda livre.

Algumas emissoras de televisão nos Estados Unidos mostraram a população mexicana, em praças públicas, acompanhando com preocupação e tristeza a evolução da contagem de votos e já pressentindo a vitória de Donald Trump. O México foi um dos principais alvos dos ataques de Trump ao longo da campanha. Em agosto de 2015, ele defendeu a construção de um muro na fronteira com o México, financiado pelo governo mexicano, para evitar a entrada nos Estados Unidos de imigrantes ilegais e traficantes.

Em setembro de 2016, na tentativa de fazer uma política de boa vizinhança, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, convidou o candidato Donald Trump para visitar o país. Trump aceitou o convite e se comportou como chefe de nação e não como candidato, ocupando o centro das atenções do cerimonial mexicano e colocando Peña Nieto em segundo plano. A visita de Trump acabou sendo um constrangimento para o presidente mexicano, que recebeu muitas críticas da oposição.

Logo após o encerramento das votações, a diferença entre Donald Trump e Hillary Clinton já aparecia muito pequena, indicando que as expectativas dos democratas de derrotar facilmente Donald Trump estavam assentadas em bases fora da realidade. A tendência de vitória do republicano ficou mais acentuada às 23h30 de ontem (8), quando o candidato foi declarado vencedor na Flórida. Só aí Trump garantiu 29 votos a seu favor no colégio eleitoral.

Depois disso, quando os votos computados na Carolina do Norte e em Ohio indicavam vitória de Donald Trump, os assessores da campanha de Hillay Clinton começaram a ficar alarmados com a iminente derrota. Toda a estratégia que eles montaram para ganhar em Ohio, que fica na região Centro-Leste dos Estados Unidos, e mais os estados do Sul, fracassou. Ohio é um estado "oscilante", que sempre indica o vencedor das eleições norte-americanas. Restava porém a Pensilvânia, que fica na região Centro-Atlântico. Mas lá também Hillary perdeu. Com isso, desmoronou o que restava de estratégia eleitoral de Hillary.

Trajetória

Donald John Trump tem 70 anos e ficou conhecido em todo o mundo por suas atuações como empresário, investidor e personalidade da mídia. 

Nascido em Nova Iorque, em uma família abastada, Trump trabalhou desde cedo com o pai, um magnata do ramo imobiliário. Em 1968, graduou-se em economia e finanças pela Universidade de Wharton, no estado da Pensilvânia. A partir daí, começou a atuar no ramo imobiliário e, com o passar do tempo, expandiu seus investimentos para outros setores da economia.

Depois de aumentar ainda mais a fortuna da família, Trump enfrentou dificuldades financeiras nos anos da década de 1990 e, somente no final deste período, pode comemorar a recuperação de seus negócios. Desde então, seguiu acumulando êxitos profissionais. 

Donald Trump também tem ligações estreitas com o entretenimento. Além de ser o proprietário da marca “Miss Universo”, o magnata teve muito sucesso à frente do programa “O Aprendiz”, reproduzido no Brasil sob a liderança do empresário Roberto Justus. 

Depois de uma disputa controversa, em que muitos membros do próprio Partido Republicano rejeitavam o nome de Trump para a corrida à Casa Branca, o magnata foi confirmado candidato da legenda em 19 de julho de 2016. Antes e durante a campanha, Trump enfrentou a resistência de cidadãos comuns, artistas, atletas e até de alguns líderes mundiais.

As promessas de “livrar o país” de imigrantes ilegais e muitas declarações polêmicas, de cunho racista e xenofóbico, o tornaram alvo frequente de críticas e causaram no mundo o medo de um governo “incendiário”.  

Agora, eleito, Donald Trump terá inúmeros desafios pela frente, alguns pessoais. Entre eles, derrubar ainda mais as taxas de desemprego no país (que hoje giram em torno de 5%), aquecer a economia local, enfrentar o problema dos refugiados e dos imigrantes ilegais, recuperar (ou rachar de vez) as relações diplomáticas do país, desgastadas com alguns parceiros históricos, sobretudo da Europa e, ainda, enfrentar o perigo crescente do terror, sobretudo em tempos de Estado Islâmico. Resta saber a forma com que, a partir da posse, ele tratará esses temas. 

Entenda a eleição nos Estados Unidos

Para ser eleito presidente dos EUA é necessário que o candidato obtenha maioria mínima no Colégio Eleitoral que, desde 1954, tem 538 assentos. Ou seja, vence o candidato que conquistar 270 delegados, pelo menos. Cada estado tem um número de delegados e, exceto no Maine e em Nebraska, o vencedor em número de votos da população ganha os assentos de todos esses delegados. É possível, portanto, que um candidato tenha mais votos em números absolutos e perca a eleição por ter um número menor de delegados. 

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