19/08/2017 16:34:00 - Atualizado em 20/08/2017 00:04:00

Autoridades se contradizem sobre célula terrorista da Catalunha

Ansa

No início da tarde deste sábado (horário local), o ministro do Interior da Espanha, Juan Ignacio Zoido, afirmou que a célula terrorista responsável pelos atentados na Catalunha havia sido “desarticulada”, mas o secretário da mesma pasta na comunidade autônoma, Joaquim Forn, negou a informação.   

De acordo com este último, só será possível dizer que a quadrilha foi desmantelada quando as autoridades “descobrirem o paradeiro de todas as pessoas que fazem parte dela”. “Não quero contradizer o ministro Zoido, mas esse inquérito está sendo feito pelos Mossos d’Esquadra [nome da força policial catalã], e há várias linhas de investigação”, afirmou o secretário catalão.   

Há pelo menos um suspeito foragido: o marroquino Younes Abouyaaqoub, de 22 anos, provavelmente o motorista da van que atropelou centenas de pessoas nas Ramblas, famoso calçadão turístico de Barcelona. As autoridades também identificaram outras duas pessoas com paradeiro desconhecido, mas investigam se os restos mortais encontrados nos escombros de uma casa em Alcanar, a 200 quilômetros da capital catalã, pertencem a elas.   

A residência ficou em ruínas após uma explosão na noite da última quarta-feira (16) e era usada como base pela célula terrorista, que armazenava diversos cilindros de gás para a fabricação de bombas caseiras. Outros cinco homens foram mortos pela polícia em Cambrils, após terem atropelado seis pessoas na cidade (uma delas faleceu no hospital), e quatro estão presos.   

Provavelmente, o objetivo do grupo era realizar atentados ainda maiores, tanto que ele havia alugado três furgões para a operação, e apenas um deles foi usado para atacar. Dois deles foram pegos em nome de Abouyaaqoub e de Mohamed Hychami, 24 anos, um dos terroristas mortos em Cambrils.   

Segundo fontes ouvidas pela ANSA, o objetivo deles era alugar veículos ainda maiores, mas o pedido foi recusado pela locadora devido à baixa idade dos dois ou ao pouco tempo de habilitação como motoristas. Uma das vans foi usada nas Ramblas, e a outra foi abandonada em Vic, 70 quilômetros ao norte de Barcelona.   

A célula era formada por homens de 17 a 34 anos, mas a polícia não descarta que o autor “intelectual” seja alguém mais velho e com alguma ascendência sobre eles, talvez na França ou no Marrocos, país de origem da maioria dos suspeitos. Neste sábado, os Mossos d’Esquadra fizeram uma operação na casa do imã de Ripoll, cidade onde foram presos três homens por ligação com os atentados. (ANSA)

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