'Anular julgamento do Carandiru manda mensagem de impunidade', diz ONU
Redação RedeTV!
A ONU criticou nesta sexta-feira a decisão do TJ-SP de anular o julgamento dos policiais envolvidos no Massacre do Carandiru, em 1992, que matou 111 detentos.
A entidade disse que a atitude do tribunal "manda uma mensagem preocupante de impunidade" e apelou para que as autoridades condenem os responsáveis.
Os 74 policiais militares acusados de participar dos assassinatos foram julgados entre 2001 e 2014. Em todas as ocasiões o júri decidiu, por unanimidade, pela condenação dos réus. As penas variam de 48 a mais de 620 anos. Na terça-feira, porém, a 4.ª Câmara Criminal do TJ-SP anulou os julgamentos.
Os PMs terão direito a um novo processo. O Ministério Público informou que vai recorrer.
"Deploramos a decisão de uma corte no dia 27 de setembro de anular a condenação contra os 74 policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru", disse Cécile Pouilly, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.
"Ainda que o MP tenha anunciado que vai recorrer da decisão, a anulação da sentença do que é considerado um dos casos mais sérios de violações de direitos humanos no Brasil manda uma mensagem preocupante de impunidade", alertou a ONU.
O relator, Ivan Sartori, falou que a situação no Carandiru era alarmante e havia a necessidade da ação da PM. Para Sartori, os policiais agiram em 'legítima defesa'.
