28/08/2015 13:20:00 - Atualizado em 28/08/2015 13:28:00

Acusado de pedofilia, Wesolowski morre no Vaticano

ANSA

(Foto: Divulgação)

O ex-núncio apostólico na República Dominicana e ex-arcebispo de Cracóvia Józef Wesolowski, 66 anos, foi encontrado morto na madrugada desta sexta-feira (28). O polonês era acusado de diversos crimes relacionados à pedofilia e seria o primeiro integrante da Igreja Católica a ser julgado por tais ações.

"Nas primeiras horas desta manhã, foi encontrado morto em sua residência no Vaticano o monsenhor Wesolowski. Rapidamente, foram chamadas as autoridades vaticanas para os primeiros procedimentos, que indicam que a morte ocorreu por causas naturais", declarou em nota a Santa Sé.

Segundo o Vaticano, a Promotoria de Justiça já ordenou uma autópsia do corpo, "que será efetuada ainda hoje", e seus resultados serão comunicados "assim que possível". O comunicado ainda diz que o papa Francisco foi informado sobre o caso.

Fontes ouvidas pela ANSA relatam que o ex-núncio foi achado por volta das 5h da manhã (hora local), em frente a uma televisão ligada, por um franciscano do Colégio dos Penitenciários - que são os frades que fazem as confissões dos fiéis na Basílica de São Pedro. Wesolowski morava no local por ordem de Jorge Mario Bergoglio e não tinha autorização para sair da residência, sendo uma espécie de "prisão domiciliar".

O julgamento do ex-arcebispo deveria ter iniciado no dia 11 de julho, mas foi adiado porque, cerca de 24 horas antes do início dos trabalhos, o polonês teve um aumento de pressão e precisou ser internado por alguns dias em Roma.

A mando do Papa, o ex-bispo foi preso em setembro de 2014 pelas autoridades vaticanas e chegou a ir para o presídio do Estado. Porém, dois meses depois, ele foi transferido para a prisão domiciliar para cuidar de sua saúde.

O ex-núncio era acusado de abusar sexualmente de menores enquanto atuava em Santo Domingo, entre janeiro de 2008 e agostos de 2013, e de arquivar material pornográfico infantil.

Desde que anunciaram o julgamento, os juízes vaticanos afirmavam que havia motivos suficientes para iniciar o processo e que tudo estava sendo baseado em investigações realizadas pela Santa Sé sobre o caso. Ele poderia pegar até sete anos de prisão pelos crimes.

Na esfera religiosa, o polonês já havia sido condenado pela Congregação para a Doutrina para a Fé pelos crimes sexuais. A sentença canônica lhe rendeu a perda do título de arcebispo e o encaminhou para responder por seus atos na Justiça.

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