18/10/2015 13:00:00 - Atualizado em 18/10/2015 13:06:00

'Não temos nenhum acordo com Cunha', garante o presidente do PT Rui Falcão no 'É Notícia'

Redação/RedeTV!


(Foto: Reprodução/RedeTV!)

"Nós não temos nenhum acordo com  o presidente da Câmara. Aliás, nunca tivemos, competimos com ele na eleição da Câmara. O que há é uma relação institucional", afirma Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores, em entrevista ao programa É Notícia, que vai ao ar na madrugada de segunta (19) para terça-feira, a partir da 00h30. O político analisa as estratégias do governo na relação com Eduardo Cunha e pondera que "não falo pelo governo, o executivo tem pautas na Câmara, precisa ter uma relação formal com ele [Cunha]".

Segundo o presidente do PT, as novas denúncias contra o presidente da Câmara tornam a permanência dele à frente da casa 'inviável'. "Restam três alternativas: a renúncia, alguma decisão no judiciário que peça o afastamento ou uma decisão no conselho de ética", avalia. No entanto, Falcão defende que se aguarde o rito interno. "O tempo do Conselho de Ética é o tempo do regimento da Casa. Acho politicamente, muito difícil que ele [Eduardo Cunha] continue na presidência da Câmara dos Deputados", avalia.

De acordo com Rui Falcão, os três deputados que o partido tem no Conselho de Ética devem votar pela cassação do presidente da Câmara e ressalta que "embora o direito de ampla defesa não seja concedido a nós, nós concedemos a eles. Nós concedemos ao José Agripino (DEM-RN), concedemos ao Paulinho da Força (Solidariedade - SP)".

A respeito da tentativa de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff, Falcão ataca a oposição, que segundo ele "não soube ganhar a eleição e nem soube perder a eleição". Ele diz ainda que qualquer tentativa no Congresso deve ser logo rebatida no Supremo Tribunal Federal.

Rui Falcão faz ainda graves críticas a Gilmar Mendes, ao afirmar que o ministro do STF "tinha que ter uma posição de magistrado, e não de militante, seja de que partido for". Segundo ele, Mendes "deveria se declarar impedido", caso tenha que julgar pedidos referentes ao impeachment. "Gilmar age como político. É muito ruim ver um ministro do Supremo fazendo pré-julgamento", conclui.

Em relação à volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário político, Falcão diz que "há um grande desejo da população para que Lula volte a governar o país". "Se com essa companha de desgaste, com a tentativa de criminalizar o PT, de criminalizar o Lula, ele ainda desperta temor nos adversários, imagina daqui a dois anos [época da eleição]".

Questionado acerca da exclusão dos condenados no 'mensalão' do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão diz que houve um entendimento de que o julgamento foi político. E que o mesmo se reflete nas novas denúncias: "Vaccari [ex-tesoureiro do PT] foi condenado por delações. Ele não fez nenhuma arrecadação que o beneficiasse pessoalmente. Tentaram sustentar enriquecimento ilícito, inclusive envolvendo a família, e isso não se sustentou". Para o presidente do PT, o caso de Vaccari é diferente de José Dirceu que, segundo ele é "mais difícil de defender" já que houve enriquecimento pessoal.

Para Rui Falcão, é a presidente Dilma quem deve introduzir mudanças nos rumos da economia do Brasil e não o ministro da Fazenda Joquim Levy. Na avaliação do político, é necessário que haja incentivo da receita 'soltando um pouco o crédito'. Sobre Levy, Rui Falcão diz que é importante aguardar para saber a maneira como ele conduzirá "quando a mudança acontecer".

Com apresentação de Amanda Klein, o É Notícia com Rui Falcão vai ao ar na madrugada de segunda (19) para terça-feira, à 0h30, na RedeTV!.

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