01/09/2015 18:04:00

Mais de 90% das aves marinhas têm plástico no estômago, aponta pesquisa

Redação RedeTV!


(Foto: Reprodução/News Discovery/Britta Denise Hardesty)

Cientistas australianos fizeram um levantamento e chegaram à conclusão de que mais de 90% de aves marinhas tem traços de plástico em suas entranhas. Os animais comem quantidades "astronômicas” de detritos marinhos que confundem com ovas de peixe e, as áreas onde mais se verifica este triste fenômeno são Austrália e Nova Zelândia.

A equipe de profissionais vem estudando aves e detritos marinhos, e descobriram que muito mais aves marinhas foram afetadas em comparação com as estimativas anteriores. A figura hoje já é muito maior do que há algumas décadas, quando "apenas" 10% das aves marinhas foram encontradas em 1980 com plásticos em seus corpos.

O estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, examinou 186 espécies de aves marinhas e analisou informações sobre o lixo localizado em seus habitats, além do comportamento alimentar e do tamanho dos seus corpos que, infelizmente, permitiam a ingestão do plástico. Os pesquisadores também consideraram estudos sobre a ingestão de plástico de 1962 a 2012 por diversas espécies de aves marinhas.

"Este é realmente um problema que afeta todas as pessoas e suas rotinas diárias", disse Boris Worm, um professor de biologia da Universidade de Dalhousie.

Os pesquisadores australianos determinaram que 90% das aves tiveram plástico em suas entranhas e o número vai aumentar nas próximas décadas se os hábitos das pessoas não mudarem. "Prevemos que a ingestão de plástico está aumentando nas aves marinhas, e poderá chegar a 99% de todas as espécies em até 2050".

A ingestão de todo este plástico pode levar não só ao envenenamento das aves, mas também à obstrução intestinal e outras complicações que podem lhes causar a morte.

"O maior problema é o rápido crescimento econômico e o aumento da utilização de plástico descartável em muitas partes do mundo, onde a recolha e a gestão de resíduos como armazenamento e reciclagem seguros não seguem o mesmo ritmo”, afirmou o professor. "Ou seja, no mundo inteiro os resíduos não são devidamente eliminados e passam das aves à toda a cadeia alimentar, em um piscar de olhos", concluiu.

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