09/05/2024 17:09:00

PGR conclui que irmãos Brazão mandaram matar Marielle para proteger seus interesses e intimidar o PSOL

Redação RedeTV!

Além dos irmãos, o delegado Rivaldo Barbosa e outros dois parceiros dos Brazão foram denunciados pela PGR

(Foto: Agência Brasil)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra os irmãos Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e contra o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, nesta terça-feira (7) em processo sigiloso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os irmãos são acusados de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) em fevereiro de 2018, e de acordo com a PGR, eles ordenaram o assassinato para impedi-la de continuar prejudicando seus interesses e também para intimidar o PSOL

Motivações dos Brazão

O PSOL teria questionado a nomeação de Domingos Brazão para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Estado (TCE) e então ele e Chiquinho ordenaram que Laerte Silva, miliciano, se infiltrasse no PSOL para conseguir informações sobre integrantes do partido.

Outro golpe sentido pelos irmãos foi em 2017, quando o PSOL conseguiu impedir na Justiça a nomeação de um aliado de Domingos para outro cargo de conselheiro no TCE.

A PGR concluiu que os irmãos não tomaram a decisão de usar a violência contra o partido pois não haviam atuado contra políticas de regulamentação fundiária, e também pois a principal figura pública da legenda, Marcelo Freixo, tinha grande projeção política.

Descobertas de Marielle

A vereadora Marielle Franco foi eleita em 2016, e desde então, confrontou as políticas habitacionais implementadas por Chiquinho Brazão, vereador à época, em áreas de milícias no Rio de Janeiro.

Marielle queria a regularização de imóveis construídos ilegalmente em áreas controladas pela milícia para destiná-los a pessoas de baixa renda, indo na contramão de grileiros e loteadores que queriam fazer a revenda destes terrenos.

Franco continuou com a oposição, e Laerte Silva começou a monitorar as ações da vereadora.

Ele descobriu que Marielle convocou reuniões com comunidades da região de Jacarepaguá, área que segundo a PGR os irmãos Brazão tem ligação com milicianos envolvidos com grilagem. Também houveram denúncias de moradores de Rio das Pedras, local onde os irmãos tinham interesses.

Segundo a PGR, foi daí em diante que a dupla decidiu mandar matar Marielle, para além de atender às necessidades de seus aliados milicianos, também intimidar o PSOL, desencorajando qualquer ação contra os interesses dos irmãos.

Outros envolvidos

Preso junto com os irmãos em 24 de março, Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, teria ajudado no crime com apoio intelectual, de acordo com a PGR. 

Rivaldo orientou que não matassem Marielle durante seu deslocamento para a Câmara dos Vereadores, para evitar investigação federal no caso.

Outros denunciados pela PGR são o “Major Ronald”, policial militar Ronald Alves de Paula, que foi apontado como chefe de uma milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e o “Peixe”, Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor de Brazão.

O “Major” teria vigiado Marielle e repassado informações importantes para o assassinato da vereadora. A PGR não concluiu que o “Peixe” estaria diretamente envolvido com o assassinato, mas sim que ele integrava a organização criminosa dos irmãos.

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