16/08/2017 07:32:00 - Atualizado em 16/08/2017 07:38:00

Meirelles pediu prazo para agências de risco reavaliarem o Brasil, diz jornal

Redação/RedeTV! com agências


(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles teria se antecipado à decisão do valor final da nova meta fiscal do Brasil e teria entrado em contato com agências de classificação de risco para pedir um prazo para a reclassificação do país. A informação é da coluna “Painel” do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a publicação, Meirelles teria solicitado que seja aguardado pelo menos um trimestre para a nova avaliação. O objetivo seria evitar mais um rebaixamento do Brasil no quadro econômico internacional e um possível abalo nos setores industriais e comerciais do país.

Com as frustrações de receitas, o governo anunciou na terça-feira (15) o aumento da meta de déficit fiscal do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) para R$ 159 bilhões este ano.

A meta para o próximo ano também foi revista para R$ 159 bilhões. O déficit primário é o resultado das despesas maiores que as receitas, sem considerar os gastos com juros da dívida pública. 

Na noite de terça (15), quase que simultaneamente ao anúncio do governo, uma das principais agências, a Standard & Poor's (S&P), anunciou que retirou a nota do Brasil da observação negativa, definida em maio, mas manteve a nota em "BB" - dois patamares abaixo do grau de investimento.

Já a Moody's e a Fitch ainda não se pronunciaram, mas analistas afirmam que um novo corte da nota brasileira é muito provável - o que causaria problemas para o país atrair investidores estrangeiros.

Alteração da meta

A alteração das metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 167,198 bilhões, o que corresponde a 2,62% do Produto Interno Bruto (PIB) , a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de acordo com dados do Banco Central (BC).

Originalmente, a meta de déficit estava fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para 2018. No entanto, a arrecadação ainda em queda, e uma série de frustrações de receitas dificultaram o cumprimento da meta original.

O governo também revisou as projeções para 2019 e 2020. Para 2019, a estimativa de déficit passou de R$ 65 bilhões para R$ 139 bilhões. Para 2020, o resultado passou de superávit de R$ 10 bilhões para déficit de R$ 65 bilhões.

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