09/10/2015 17:13:00 - Atualizado em 09/10/2015 17:51:00

Dólar volta a R$3,75 e acumula perda de 4,74% na semana, de olho no Fed

Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de quase 1 por cento nesta sexta-feira, voltando ao patamar de 3,75 reais, após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reforçar as expectativas de que a taxa de juros norte-americana deve subir somente em 2016, mas com os investidores ainda atentos à conturbada cena política e econômica no Brasil.

O dólar recuou 0,90 por cento, a 3,7588 reais na venda, chegando a 3,7213 reais na mínima do dia. No acumulado da semana, a moeda perdeu 4,74 por cento e, nos últimos nove pregões, incluindo este, desabou 8,53 por cento.

"O mercado pega carona com (o cenário) externo. O Fed em cima do muro beneficia a melhora dos emergentes e nós aparecemos nesse bolo", disse o especialista em câmbio da Icap, Ítalo Abucater.

A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na véspera, mostrou que o Fed acreditava que a economia do país estava perto de justificar alta de juros no mês passado, mas seus membros decidiram que seria prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando a atividade norte-americana dos trilhos.

A perspectiva de manutenção dos juros quase zerados nos EUA sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas mais altas.

Apesar da queda do dólar nesta sessão, as incertezas políticas e econômicas locais seguiram no radar dos investidores, com potencial para voltar a pressionar o dólar.

Entre elas, a análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional, adiada duas vezes esta semana por falta de quórum, e a apreciação também pelo Legislativo da rejeição das contas públicas de 2014 feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que abre espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Não dá para saber até quando essa queda (do dólar) se sustenta", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. "Se piorar muito, a tendência é voltar tudo", disse, referindo-se à cotação no patamar de 4 reais.

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