27/08/2015 17:47:00 - Atualizado em 27/08/2015 17:58:00

Dólar cai 1,35% e fecha abaixo de R$3,60, de olho no Fed

Reuters

O dólar caiu nesta quinta-feira e voltou a ser cotado abaixo de 3,60 reais, em meio a expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vai postergar o aumento de juros devido às turbulências financeiras globais provocadas por preocupações com a economia chinesa.

A moeda norte-americana caiu 1,35 por cento, a 3,5528 reais na venda. Nas duas sessões anteriores, o dólar fechou a 3,60 reais, patamar mais alto em mais de 12 anos.

"É muito natural que o banco central dos Estados Unidos vá com calma. Os episódios dos últimos dias na China colocam todo mundo na retaguarda, inclusive os EUA", disse o superintendente da corretora Correparti, Ricardo Gomes da Silva.

A manutenção de juros baixos na maior economia do mundo sustentaria a atratividade de papéis de países como o Brasil. Essa expectativa ofuscou até mesmo o crescimento acima do esperado da economia norte-americana no segundo trimestre, divulgado nesta manhã, uma vez que operadores consideraram que o dado não reflete o impacto da volatilidade recente nos mercados globais.

"Declarações de autoridades diminuíram o foco (em uma alta dos juros nos EUA) em setembro", afirmaram analistas do Scotiabank em nota a clientes, referindo-se ao pronunciamento do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, na quarta-feira, de que o início do aperto monetário no mês que vem passou a ser "menos convincente" do que há algumas semanas diante das turbulências nos mercados.

No Brasil, contribuiu para o alívio do câmbio o cenário interno um pouco mais positivo. Operadores citaram a concessão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de mais 15 dias para o governo federal explicar pontos adicionais sobre as contas de 2014 e declarações da agência Moody's que sugeririam que o Brasil não deve perder seu selo de bom pagador.

"A ausência de notícias ruins no Brasil já pode ser considerada uma coisa positiva", disse Silva, da Correparti.

A recente alta expressiva do dólar também favoreceu o recuo da moeda norte-americana nesta sessão. Segundo operadores, o movimento de alta do dólar não só abriu espaço para ajustes de carteira, como também levou investidores a especularem sobre possível aumento da intervenção do Banco Central.

A divisa dos EUA acumulava até a véspera alta de 5,16 por cento sobre o real no mês, , em um movimento que teve como pano de fundo a profunda queda das bolsas chinesas, que reverberou nos mercados em todo o mundo.

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