16/08/2017 12:09:00 - Atualizado em 16/08/2017 12:18:00

Jovem com rara condição neurológica sente gosto de músicas e palavras

Redação/RedeTV!

(Foto: Reprodução/Facebook)

Para a escocesa Annie Bird, de 19 anos, as músicas da cantora Lana Del Rey têm algo a mais: sabor de suco de manga. Nascida com sinestesia, uma condição neurológica rara que combina sentidos (e faz, por exemplo, ouvir cores), ela sente gostos diferentes para cada som, música ou palavra.

Ao ouvir a palavra "left" (esquerda), ela sente o gosto de batatas fritas. Com "people" (pessoas), sente o sabor do cheiro de aviões. Alguns nomes próprios também surtem o efeito: Michelle libera o sabor de metal frio; Stella faz sentir o sabor de queijo e atum.

Annie se lembra de ter sentido o efeito da sinestesia pela primeira vez quando tinha apenas 1 ano: os pais dela, Cathy Abbott, de 56 anos, e Adrian Bird, de 70, ouviam a banda Lemon Jelly e ela sentia um gosto químico inexplicável. "Lembro-me de realmente provar a música. Era um gosto químico realmente forte, mas eu assumi que todo mundo sentia isso também", conta Annie ao site PA Real Life. 

(Foto: Reprodução/Facebook)

Como considerava que era algo comum, Annie só entendeu a condição anos mais tarde. "Foi só quando eu tinha 13 anos, quando estava vendo um vídeo no Youtube, que eu ouvi falar sobre sinestesia", relembra. "Comecei a pesquisar e acabei deparando com a sinestesia léxico-gustativa, daí pensei: sou eu!".

Estudante de teatro na Universidade de Glasgow (Escócia), Annie conta que se sente "mais criativa", mas que os efeitos da condição nem sempre são bons. Algumas palavras provocam o gosto de comida estragada e até cimento. Além disso, às vezes a condição deixa a jovem se sentindo sobrecarregada e causa ataques de pânico. 

Apesar de tudo, ela afirma que gosta de ter nascido com a condição - que não tem cura. "A maioria das pessoas acha que o que tenho é um pouco louco, e suponho que seja, mas é o que me faz diferente e eu gosto disso".

Segundo a Universidade de Boston, a sinestesia afeta uma em cada 5 mil pessoas no mundo. 

(Foto: Reprodução/Facebook)

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