23/05/2016 19:06:00 - Atualizado em 23/05/2016 19:11:00

Voluntários passaram meses sozinhos em cavernas para pesquisa sobre efeitos do isolamento

Redação/RedeTV!

Em 1965, um grupo de cientistas realizou um experimento para estudar os efeitos psicológicos e físicos que a isolação extrema teria sobre os seres humanos. Dois voluntários apareceram: uma mulher de meia idade chamada Josie Laures e um fazedor de móveis chamado Antoine Senni. Os dois toparam ficar meses em cavernas separadas na região dos Alpes Franceses.

Quando final saiu do local, 88 dias depois, Laures achava que estava em 25 de fevereiro. Na verdade, era 12 de março. Já Senni saiu de sua caverna 126 dias depois, e pensava que estava em 4 de fevereiro, mas na verdade era 5 de abril.

Sem a luz solar para guiá-los, os dois perderam a noção de tempo e das semanas. Apesar de estarem psicologicamente e fisicamente ok, os padrões de sono e de percepção de tempo foram alterados dramaticamente ao longo das semanas.

Uma reportagem da revista "The Atlantic" explica que "ausentes de indicadores como a luz do sol ou relógios, os horários de sono de Laures e Senni ficaram confusos - e eles nem perceberam". Senni, por exemplo, dormia por até 30 horas de uma só vez, e acordava achando que havia tirado apenas uma soneca. Os cientistas descobriram que pessoas isoladas de qualquer indicador visual tendem a se acostumar um ciclo de 48 horas.

"Eu estou tão feliz de ter aguentado, e eu esqueci de tudo. Eu posso te dizer que ficou muito difícil perto do fim e eu me sentia muito cansado. No começo da minha jornada eu costumava ler, e então eu perdi o desejo. Eu não sofri com frio. Eu estava bem aquecido em minha tenda. Meu gravador se recusou a funcionar nos primeiros dias, mas depois eu consegui consertá-lo e ouvir música. Além disso eu tricotava, e tricotava um pouco mais, e aguarda o momento em que finalmente iria ver o sol", contou Laures para a agência de notícias "Associated Press" na época.

Recomendado para você

Comentários