08/03/2016 19:17:00 - Atualizado em 08/03/2016 19:41:00

Falta de sono aumenta fissura por sal, açúcar e gordura, aponta experimento

Redação RedeTV!

(Foto: Reprodução/Free Images)

Um experimento, realizado por pesquisadores da Universidade de Chicago e publicado na revista científica "Sleep", submeteu voluntários a noites mal dormidos e mostrou que a privação de sono aumenta a propensão das pessoas ao vício em alimentos nocivos, com excesso de sal, açúcar ou gordura.

Os autores do trabalho mostraram que a falta de sono provoca a proliferação de endocanabinoides, moléculas naturais presentes no sistema nervoso humano que se parecem com o THC, o princípio ativo da maconha.

Como os endocanabinoides atuam no cancelamento da sensação de saciedade, sua proliferação acaba por provocar fome. A privação de sono, então, funciona de maneira semelhante à chamada "larica", a fome súbita que usuários de maconha costumam experimentar.

Os cientistas recrutaram 14 voluntários para o experimento de privação de sono e monitoraram seu sangue para os níveis de 2-AG, uma molécula endocabinoide com envolvimento especial na regulação da fome.

Por quatro dias, os participantes do experimento comiam iguais porções de café da manhã, almoço e jantar, mas foram separados em dois grupos de acordo com o sono. Um dos grupos podia dormir até 8 horas e meia por noite, outro apenas 4 horas e meia. O nível de 2-AG no sangue dos voluntários mal dormidos, ao final, foi cerca de 33% maior. Isso acabou culminando também em um consumo maior de alimentos nocivos.

No quarto dia, os cientistas ofereciam aos voluntários um conjunto variado de petiscos e aperitivos. Aqueles que estavam sob privação de sono comeram uma quantidade muito maior de biscoitos, batatas chips e balas, resultando em um consumo de calorias 50% maior do que os voluntários com sono em dia.

"Descobrimos que a restrição ao sono amplia um sinal que pode intensificar o aspecto hedônico da ingestão de comida, o prazer e a satisfação obtidos com a alimentação", afirmou Erin Hanlon, uma das líderes do estudo, em comunicado à imprensa. 

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