09/09/2015 16:05:00 - Atualizado em 09/09/2015 16:26:00

Após transplante, mulher sobrevive a complicações da dengue

Redação RedeTV!


(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Uma mulher de 41 anos, vítima de hepatite fulminante ocasionada pelo vírus da dengue, foi salva após receber um novo fígado em São Paulo. O procedimento, que é inédito na literatura médica mundial, foi realizado no Hospital de Transplantes do Estado, unidade da Secretaria de Estado da Saúde gerenciada em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).

A forma de hepatite fulminante por dengue é grave e ocorre raramente. De acordo com a equipe do hepatologista Carlos Baía, responsável pelo procedimento, a paciente passa bem e em breve poderá retomar suas atividades de rotina. O médico explica que as chances do surgimento de casos como o da paciente Valdenira Coelho de Brito Faria, se deve ao fato de "termos vivido uma epidemia nacional de dengue nos primeiros meses de 2015".

Por este motivo, quanto mais casos registrados, maiores são as chances de que apareçam quadros raros da doença. “Há vários registros na Índia e Sudeste Asiático de pessoas que foram infectadas pelo mosquito da dengue e tiveram inflamações graves no fígado, mas na literatura pesquisada não encontramos nenhum caso no mundo de hepatite fulminante por dengue que tenha passado por transplante”, explica Carlos Baía.

Caracterizada por uma inflamação no fígado, a hepatite fulminante pode se desenvolver de forma viral ou não. Quando o vírus da dengue atinge as células do fígado de forma agressiva pode provocar lesões no órgão. Alguns casos raros evoluem para hepatite fulminante, podendo causar a morte do doente. Com diagnóstico de hepatite aguda e necessidade de tratamento especializado na UTI, a paciente foi transferida de um hospital privado da capital paulista para Hospital de Transplantes, que é público e atende 100% pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O transplante foi possível graças à doação de órgãos feita pelos familiares de um paciente com morte encefálica diagnosticada. "Sem doação não há transplante. Essa é a forma de salvar muitas vidas. Somos todos gratos às famílias de doadores", finaliza.

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