04/01/2017 06:37:00

Trinta mortos durante rebeliões em Manaus foram degolados

Agência Brasil

Trinta pessoas que morreram durante as rebeliões ocorridas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), em Manaus, entre o domingo (1º) e a segunda-feira (2), foram degoladas. De acordo com a Polícia Civil, 36 corpos foram identificados até a noite de terça-feira (3). O trabalho de reconhecimento das vítimas segue nesta quarta (4), restando 20 pessoas a serem identificadas.

Segundo a Polícia Científica do Amazonas, o trabalho de reconhecimento pode levar até um mês para ser concluído, já que muitos corpos foram dilacerados. Os trabalhos de reconhecimento já realizados foram feitos através de exames de DNA, impressões digitais e arcadas dentárias.

A polícia do Amazonas também trabalha na busca de presos que fugiram durante a ocorrência do massacre no início da semana. Até o fim da tarde de terça, 56 pessoas haviam sido encontradas. Dados oficiais apontam que 130 detentos seguem foragidos.

Audiências de custódia

Após pedido do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o defensor público do Amazonas em exercício, Antônio Carlos Albuquerque, anunciou a realização de um mutirão de audiências de custódia no estado para tentar desinchar o sistema carcerário, com uma força-tarefa nacional de defensores públicos. No entanto, Albuquerque não informou a data do mutirão.

As audiências de custódia preveem a apresentação de presos ao juiz no prazo máximo de 24 horas após a detenção em flagrante. O magistrado então decide pela manutenção da prisão, pela liberdade provisória ou pela aplicação de medidas alternativas ao cárcere, como o uso de tornozeleiras eletrônicas, por exemplo.

Segundo o governo do Amazonas, 56% dos internos do sistema prisional são provisórios, ou seja, ainda aguardam julgamento. A média nacional é de 40% e já é considerada alta. A média mundial de presos provisórios no sistema carcerário é de 20%.

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