"Se nada der certo": alunos se fantasiam de faxineiro e ambulante em festa no RS
Redação/RedeTV!
Alunas vestidas de faxineiras e vendedoras (Foto: Reprodução/Bombô)
Com o tema "Se nada der certo", alunos do 3º ano do ensino médio da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), na região metropolitana de Porto Alegre (RS), se fantasiaram com trajes de profissões que, segundo a própria escola, são consideradas "alternativas" e geraram polêmica nas redes sociais.
Vestidos de vendedores ambulantes, faxineiros, revendedores de produtos de beleza, atendentes e até morador de rua e ladrão, os alunos compareceram à festa realizada em 17 de maio na própria escola.
Fotos começaram a circular pelas redes sociais e a escola passou a ser alvo de duras críticas por fomentar o preconceito contra essas profissões. Muitas pessoas que ganham a vida através dos trabalhos representados - e ridicularizados - pelos estudantes criticaram a escola na página oficial no Facebook.
Esclarecimento
Em nota oficial, a escola defendeu o evento, classificado como uma "prática comum" que, segundo a instituição, causou um mal-entendido, pois tinha como "objetivo promover momentos de integração e descontração entre os formandos do Ensino Médio, tendo em vista o encerramento da etapa que culmina com a busca da aprovação no vestibular e ingresso no ensino superior".
Estudante vestido de vendedor ambulante (Foto: Reprodução/Bombô)
Aluno fantasiado de ladrão (Foto: Reprodução/Bombô)
De acordo com o comunicado, a atividade tinha objetivo "trabalhar o cenário de não aprovação no vestibular" e "de forma alguma foi fazer referência ao 'não dar certo na vida'" - alegam, embora o nome da festa remeta exatamente o contrário sobre as profissões representadas.
"Atividades como essa auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase. Dessa forma, a IENH pede desculpas pelo mal entendido com a concepção e realização da atividade que não teve o objetivo de discriminação enfatizado nas redes sociais. Também destacamos que todas as colocações e situações oriundas certamente serão temas de discussão e aprendizado em sala de aula", finaliza.
Estudante vestido de morador de rua (Foto: Reprodução/Bombô)
Aluna vestida de entregadora de jornal (Foto: Reprodução/Bombô)
Reações
Nas redes sociais, internautas demonstraram indignação com o tema escolhido por uma instituição de ensino.
a pior parte desse evento do "se nada der certo" é q essa gente considera q não ter uma profissão glamourosa significa "dar errado na vida"
— bu (@dedeikjsf) 5 de junho de 2017
tem que ser muito privilegiado pra achar que "se nada der certo" (se vc não conseguir um emprego valorizado) é só arrumar um subemprego
— fanfic do faustão (@goticosuave) 5 de junho de 2017
imagina a surpresa desses estudantes do "se nada der certo" quando saírem da faculdade e descobrirem que não tem emprego em canto nenhum
— fangirldabrunamendez (@wonderkarina) 5 de junho de 2017
se essa festa em escola de rico "se nada der certo" com alunos "fantasiados" de trabalhadores não é ódio de classe então não sei o que é
— to neuvosar™ (@likeazombie) 5 de junho de 2017
como as pessoas fazem uma festa horrorosa como essa "se nada der certo" e não PERCEBEM o quanto isso é ofensivo? 😕💔
— Ativista DEMAIS (@NaoInviabilize) 5 de junho de 2017
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