23/05/2018 17:31:00 - Atualizado em 23/05/2018 18:06:00

Protesto de caminhoneiros afeta serviços e gera desabastecimento

Redação/RedeTV! com Agência Brasil

Em seu terceiro dia, a paralisação dos caminhoneiros tem impactado o abastecimento de diversos produtos e setores pelo País: alimentos, combustíveis, entregas dos Correios e o transporte. Os bloqueios estão sendo realizados como protesto contra os recentes aumentos nos preços do diesel.

Aeroportos sem combustível

Na manhã desta quarta (23), a Infraero emitiu um alerta, segundo o portal G1, informando que, devido à greve dos caminhoneiros, os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e os de Palmas (Tocantins), Recife (Pernambuco), Maceió (Alagoas) e Aracaju (Sergipe) só têm combustível suficiente para abastecer as aeronaves até esta quarta-feira (23).

Ainda conforme a Infraero, outros seis aeroportos só têm combustível para, no máximo, dois dias. São eles: Goiânia-GO, Teresina-PI, Campo Grande-MS, Ilhéus-BA, Foz do Iguaçu-PR e Londrina-PR.

Postos afetados

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia, informou que, desde o início desta quarta-feira (23), os postos de abastecimento do estado não receberam nenhum tipo de combustível.

"Os postos de combustíveis têm, em média, estoque para operar por dois ou três dias. Hoje não recebemos combustível", afirmou Gouveia.

Ele disse acreditar em um desfecho rápido da paralisação dos caminhoneiros e que não espera uma corrida aos postos de combustível. "Torcemos para a paralisação não se prolongar e, por enquanto, não enxergamos uma corrida aos postos."

Supermercados desabastecidos

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou nesta quarta-feira (23) que as paralisações já causam desabastecimento nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário. A entidade ressalta que também carnes e produtos industrializados, que levam proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas comprometidas pelos atrasos no reabastecimento. Em nota, a diretoria da Apas faz um apelo para que as negociações entre governo federal e caminhoneiros tenham resoluções imediatas para que a "população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica".

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) encaminhou nesta quarta uma correspondências à Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Segurança Urbana e SPTrans manifestando preocupação com a possibilidade de o transporte por ônibus na cidade de São Paulo ser afetado, a partir de amanhã (24) pela paralisação dos caminhoneiros. O sindicato patronal afirma que das 14 empresas concessionária, oito estão com reservas de diesel suficientes para uma operação parcial nesta quinta-feira (24). As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em estoque é suficiente para manter a operação até esta sexta-feira, dia 25.

Além das empresas concessionárias, operam na cidade outras 12 empresas permissionárias. O sistema conta com quase 14 mil ônibus, que rodam cerca de 4 milhões de quilômetros por dia, transportando aproximadamente 6 milhões de passageiros, em 10 milhões de viagens diárias. Mensalmente, são necessários cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel para abastecer os ônibus municipais.

Correios suspendem entregas

Nesta quarta-feira (23), os Correios informaram que foram suspensas as postagens de encomendas com dia e horas marcados devido aos problemas causados pela greve dos caminhoneiros. 

"Tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população", diz a nota divulgada pela entidade. 

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